Pelo menos 15 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à escravidão em pedreira na zona rural de Traipu, na região do Baixo São Francisco, no interior de Alagoas. A operação constatou que as pessoas não possuíam água potável em condições de higiene para consumo, além de alojamentos insalubres, sem chuveiros, vestiários, armários.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) ainda flagrou que o local destinado a refeições era inadequado. Todos os trabalhadores laboravam sem assinatura em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), o que caracteriza trabalho clandestino. A maioria dos trabalhadores é natural dos Municípios de Joaquim Gomes - alguns deles indígenas da tribo Wassu Cocal - e Pão de Açúcar, e já trabalhavam em pedreiras nestes municípios.
As informações do setor de Perícias do MPT e do gabinete do 5º Ofício da Procuradoria do Trabalho apontam que os trabalhadores não recebiam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Cada trabalhador recebia entre R$ 500 e R$ 1.250 quinzenalmente pela extração das pedras. A pedreira produzia cerca de 8 mil pedras por semana.
As equipes também constataram a ausência de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), falta de comprovação da realização de exames médicos, ausência de programa de gerenciamento de riscos, falta de plano de fogo e falta de treinamento sobre a preservação da segurança da saúde dos trabalhadores. Também foram verificadas instalações elétricas com partes expostas, o que oferece risco de choque elétrico.
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