Um jornalista americano que cobria a guerra na Ucrânia foi morto a tiros neste domingo (13/3) na cidade de Irpin, nos arredores da capital Kiev, segundo a polícia.
Brent Renaud, de 50 anos, era um premiado jornalista e cineasta que já havia trabalhado para o jornal americano New York Times.
O chefe da polícia de Kiev, Andriy Nebytov, disse que o repórter foi alvo de soldados russos. Dois outros jornalistas ficaram feridos e foram levados ao hospital.
É a primeira morte de um jornalista estrangeiro desde o início da guerra na Ucrânia.
Um dos jornalistas feridos no ataque, Juan Arredondo, disse a um repórter italiano que estava com Brent Renaud no momento do incidente.
"Estávamos atravessando uma das primeiras pontes de Irpin, para filmar outros refugiados saindo, e entramos em um carro", disse ele em um vídeo publicado no Twitter.
"Alguém se ofereceu para nos levar para a outra ponte e cruzamos um posto de controle, e eles começaram a atirar em nós. Então o motorista se virou e eles continuaram atirando; há dois de nós, meu amigo é Brent Renaud, e ele foi baleado e deixado para trás... eu o vi sendo baleado no pescoço."
Fotografias estão circulando online mostrando um crachá de imprensa de Renaud emitido pelo New York Times.
Em um comunicado, o jornal disse estar "profundamente entristecido" ao saber da morte de Renaud, mas acrescentou que não o havia contratado para cobrir a guerra na Ucrânia.
Renaud trabalhou pela última vez para a publicação em 2015, disse o New York Times, e o crachá de imprensa que ele usava na Ucrânia havia sido emitido anos atrás.
A emissora americana NBC News disse que seus "pensamentos e orações" estavam com a família de Renaud e elogiou as "contribuições importantes" que ele fez às reportagens da NBC News, acrescentando que o jornalista não estava trabalhando para eles na Ucrânia.