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Geral
07/03/2022 04:00:00

Número de brasileiros deportados dos EUA dispara; "coiotes" cobram R$ 100 mil

Somente este ano pelo menos 1.480 brasileiros foram deportados pelos norte-americanos

Número de brasileiros deportados dos EUA dispara;

Neste sábado (05), mais dois aviões com brasileiros deportados dos Estados Unidos chegaram no terminal do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, e um dos imigrantes ilegais conversou com a equipe do Jornal da Band. 

O homem, que preferiu não ser identificado, pagou 20 mil reais para coiotes, agentes que conduzem pessoas de forma ilegal para os Estados Unidos. O morador do leste mineiro foi detido há duas semanas na fronteira com o México. “É muito sofrido, você dorme no chão igual porco, não come o que presta" disse.

Se ele tivesse conseguido atravessar a fronteira, teria que pagar ainda mais aos contrabandistas. “Teria que pagar R$ 110 mil. Eu não aconselharia ninguém a ir e não tenho vontade de ir mais”. 

Essa história é parecida com a de milhares de brasileiros que tem desembarcado no aeroporto internacional de BH toda semana. Desde 2019, quando o tratamento a imigrantes ilegais foi alterado pelo governo norte-americano, o número de voos já chega a 61, trazendo mais de 5 mil brasileiros. Somente em 2022, já são 12 voos, com pelo menos 1.480 deportados.

De acordo com a Polícia Federal, cerca de 50 mil brasileiros foram detidos na fronteira entre o México e os Estados Unidos no ano passado. O crescimento foi de 500% em relação a 2020, sendo que mais da metade desses imigrantes são do leste de Minas, de cidades próximas a Governador Valadares.

A pena para quem promove a imigração ilegal com o objetivo de obter lucro, os coiotes, varia de dois a cinco anos de prisão. Mas os contrabandistas continuam agindo. Especialistas em relações internacionais dizem que as dificuldades impostas pela pandemia também contribuíram pela busca do sonho americano, que para muita gente tem virado um pesadelo. 

“As pessoas imaginam que mudar para os Estados Unidos é a solução no ponto de vista econômico. O que estamos vendo são pontos negativos que envolvem inclusive riscos de uma deportação internacional” disse Christopher Mendonça, professor de relações internacionais do IBEMEC. 

jornal da band