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Maceió
04/03/2022 13:00:00

Tragédia dos bairros atingidos pela mineração chega ao seu 4º aniversário

Cenário desolador e incerto permanece desde aquele fatídico dia 03 de março de 2018

Tragédia dos bairros atingidos pela mineração chega ao seu 4º aniversário

Há exatamente quatro anos, no dia 03 de março de 2018, o destino de Maceió mudava. Um tremor de terra de 2,5 na escala Richter foi sentido em vários bairros logo após fortes chuvas que caíram na capital. Começava ali o drama dos moradores do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Mutange.

Hoje, os tradicionais bairros estão abandonados, enquanto a Braskem afirma que trabalha para minimizar os danos e evitar uma catástrofe pior. O debate sobre o acordo de indenizações é outro que perdura e atrai insatisfações.

As rachaduras e o afundamento do solo causados pela extração de sal-gema trouxeram tristeza e angústia a mais de 55 mil pessoas que moravam ou tinham algum comércio nos bairros, obrigados a deixarem suas casas e estabelecimentos, que totalizam mais de 16 mil imóveis.

Prédios históricos foram isolados e edifícios e casas em situação de risco de desmoronamento estão sendo demolidos por prevenção. Mais de 5% do território maceioense completamente inabitável nas próximas décadas.

Para fechar os 35 poços, cujas atividades de mineração foram paralisadas em 2019, a Braskem preenche as cavidades com uma solução à base de areia. A previsão é finalizar os trabalhos em dezembro de 2023, mas não há garantia da solução total do problema. Caso funcione, segundo a Defesa Civil, em menos de 30 anos não haverá estabilidade total da região.

Enquanto especulações e incertezas dominam o futuro dos bairros afetados, moradores e comerciantes seguem lutando por indenizações justas. Eles esperam que no quinto aniversário da tragédia o cenário seja menos desolador e mais de justiça perante a dor de cabeça persistente desde aquele dia 03 de março de 2018.

folha de alagoas