Um levantamento realizado pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) entre os dias 15 e 27 de janeiro deste ano mostrou que, no país, 76% dos bares e restaurantes registraram pelo menos um afastamento de funcionário em razão da Covid-19 ou da Influenza nos 30 dias anteriores à pesquisa. Cerca de um em cada quatro funcionários do setor foi afastado.
Seguindo a média nacional, 75% dos bares e restaurantes de Alagoas tiveram afastamentos de funcionários no período, com a mesma média também de um funcionário afastado a cada quatro.
O levantamento mostrou ainda que, apesar desses afastamentos, no estado o número de empresas que registraram lucro em dezembro de 2021 foi de 35%, contra 24% que registraram prejuízo e 31% que responderam que a situação ficou em equilíbrio.
Conforme divulgado pela assessoria de Comunicação da Abrasel, essa é a primeira vez, na pandemia, que o número de estabelecimentos que tiveram lucro foi maior do que aqueles que registraram prejuízo.
No ano de 2021, 37% das empresas registram prejuízo, contra 25% que apontaram lucro e 37% equilíbrio.
Em relação a novembro de 2021, em dezembro do mesmo ano as empresas do ramo registraram um faturamento 58% maior em Alagoas.
Brasil
Sobre o levantamento realizado em janeiro com mais de 1300 empresários em todo o Brasil, Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, destaca: “Justamente em um período de alta procura de bares e restaurantes fomos pegos por estes afastamentos, que trouxeram muito transtorno. É uma força de trabalho que tem de ser coberta e isso pressiona mais os custos de um setor já muito endividado. No entanto, temos também o que comemorar, como a recuperação gradual do faturamento”.
No país, também pela primeira vez desde o começo da pandemia, há mais estabelecimentos que apontaram ter obtido lucro (34%) do que os que disseram ter tido prejuízo (31%) no período de um mês, sendo outros 34% apontando equilíbrio.
Esse indicador teve seu pior momento em março de 2021, quando 82% sinalizaram estar operando com prejuízo. O resultado de dezembro também foi melhor que o do mesmo período de 2020: 66% tiveram faturamento maior no fim de 2021 em comparação com o ano anterior.
Já em relação a novembro de 2021, houve crescimento para 59% das empresas. No acumulado do ano, no entanto, há uma nota de preocupação: 45% dos empresários disseram ter ficado no prejuízo em 2021.
Em relação ao endividamento, os empréstimos via Pronampe foram tomados por 51% das empresas. Destas, 20% (uma em cada cinco) já têm ao menos uma parcela em atraso – a alta da Selic, indexador do programa, que fez com que os juros para quem tomou o empréstimo tivessem um aumento brutal, é apontada como uma das causas do endividamento. Tanto que 22% das empresas com empréstimos do Pronampe dizem correr risco de quebrar em função deste aumento.
“É urgente um olhar para o Pronampe, programa muito importante, mas que teve seu custo bastante aumentado com os frequentes reajustes nos juros. Isso arrebenta com a estratégia financeira das micro e pequenas empresas, que são a grande maioria do nosso setor”, pontuou Solmucci.
Já 48% das empresas que estão no Simples Nacional (e que representam 90% dos respondentes) declararam ter parcelas em atraso. Destas, 32% já têm parcelas inscritas em Dívida Ativa da União e podem parcelar os débitos com os programas instituídos em janeiro.
*Com Ascom Abrasel