Um levantamento do Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB) mostra que 6,1 milhões alunos (26,91%) das redes municipais de ensino e 3,7 milhões (24,73%) das redes estaduais de educação básica estão matriculados em colégios que apresentam ao menos um problema de infraestrutura, que dificulta o cumprimento dos protocolos de segurança para o enfrentamento da pandemia. São 9,9 milhões (26,04%) de estudantes afetados. O estudo exclui dados das escolas federais.
Para o estudo foram analisadas informações de 137,7 mil escolas e de 38 milhões de estudantes. O levantamento apresenta dados e critérios extraídos do Censo Escolar 2020, como conexão à internet, existência de esgoto sanitário, energia elétrica, água potável, quadro e pátio cobertos nas dependências da escola.
Por outro lado, o sistema de ensino a distância (on-line ou híbrido), apesar dos atrasos e fragilidades, segue como uma das principais formas de oferta da educação durante a pandemia, uma realidade distante para 54 mil (39,69%) das escolas brasileiras. O Censo Escolar 2020 aponta que esse quantitativo não tem internet banda larga, ferramenta fundamental para o ensino virtual. E esse é um dos fatores que ampliaram ainda mais as desigualdades entre as redes pública e privada. Enquanto os colégios particulares rapidamente adotaram ferramentas digitais para atender aos alunos, parte dos estabelecimentos públicos ainda não conseguiu implementar esses sistemas.
“O acesso à internet precisa ser considerado um direito fundamental, juntamente com aqueles já consagrados na Constituição. E, no caso da realidade atual, um direito capaz de viabilizar a concretização de outro — a educação, traduzida no acesso e na permanência na escola, com garantia de qualidade, para todos os brasileiros”, destaca o presidente do CTE-IRB, segundo ele as informações foram encaminhadas a todos os Tribunais de Contas com o objetivo de subsidiar as ações de fiscalização dos órgãos.
A situação do Distrito Federal também é delicada, como mostra a tabela a seguir:
Correio Braziliense