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Educação
27/08/2021 08:00:00

Quase 10 milhões de estudantes estão sem condições básicas na pandemia

Estudo feito com 137,7 mil escolas e 38 milhões de estudante revela que pelo menos 5.9 mil escolas não têm banheiro disponível


Quase 10 milhões de estudantes estão sem condições básicas na pandemia

Um levantamento do Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB) mostra que 6,1 milhões alunos (26,91%) das redes municipais de ensino e 3,7 milhões (24,73%) das redes estaduais de educação básica estão matriculados em colégios que apresentam ao menos um problema de infraestrutura, que dificulta o cumprimento dos protocolos de segurança para o enfrentamento da pandemia. São 9,9 milhões (26,04%) de estudantes afetados. O estudo exclui dados das escolas federais.

Para o estudo foram analisadas informações de 137,7 mil escolas e de 38 milhões de estudantes. O levantamento apresenta dados e critérios extraídos do Censo Escolar 2020, como conexão à internet, existência de esgoto sanitário, energia elétrica, água potável, quadro e pátio cobertos nas dependências da escola.

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.(foto: Arquivo Pessoal)
Raquel Souza Batista, 17 anos, está cursando o segundo ano do ensino médio, estuda desde os seis anos de idade na Escola Estadual Brasil — município de Porto Nacional (TO), ela conta a infraestrutura da escola está acabada. Por conta disso os alunos ficaram sem um lugar para estudar, e acabaram sendo remanejados para uma igreja católica local antes da pandemia.
“Era muito ruim, pois o espaço era muito pequeno, as salas eram juntas com outras turmas, a gente não conseguia aprender, uma sala falava mais alta que a outra, era um tumulto”, ela conta.

De acordo com os dados, pelo menos 5,9 mil (4,31%) escolas não têm banheiro, 9,6 mil (7,02%) não têm acesso à água potável e 8,5 mil (6,19%) não têm esgoto. Outros 3,4 mil (2,5%) estabelecimentos de ensino não dispõem de abastecimento de água, o que inviabiliza a limpeza dos locais. Além disso, 59,4 mil (43,1%) escolas não possuem pátios ou quadras cobertas, um fator importante para a realização de atividades em espaços arejados.
A escola antes de cair
A escola antes de cair(foto: Arquivo Pessoal
 
“Essas estruturas são fundamentais para que a comunidade escolar possa seguir os protocolos mais básicos de segurança para evitar a contaminação pelo coronavírus. As escolas precisam estar abertas para atender e acolher aos estudantes. Acesso à água potável, a existência de banheiros e rede de esgoto são apenas o ponto de partida", diz o presidente do CTE-IRB, Cezar Miola.


Por outro lado, o sistema de ensino a distância (on-line ou híbrido), apesar dos atrasos e fragilidades, segue como uma das principais formas de oferta da educação durante a pandemia, uma realidade distante para 54 mil (39,69%) das escolas brasileiras. O Censo Escolar 2020 aponta que esse quantitativo não tem internet banda larga, ferramenta fundamental para o ensino virtual. E esse é um dos fatores que ampliaram ainda mais as desigualdades entre as redes pública e privada. Enquanto os colégios particulares rapidamente adotaram ferramentas digitais para atender aos alunos, parte dos estabelecimentos públicos ainda não conseguiu implementar esses sistemas.

 

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“O acesso à internet precisa ser considerado um direito fundamental, juntamente com aqueles já consagrados na Constituição. E, no caso da realidade atual, um direito capaz de viabilizar a concretização de outro — a educação, traduzida no acesso e na permanência na escola, com garantia de qualidade, para todos os brasileiros”, destaca o presidente do CTE-IRB, segundo ele as informações foram encaminhadas a todos os Tribunais de Contas com o objetivo de subsidiar as ações de fiscalização dos órgãos.

A situação do Distrito Federal também é delicada, como mostra a tabela a seguir:

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Correio Braziliense

 

 

 

 



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