A manutenção de uma reserva de emergência para lidar com eventuais problemas financeiros ainda é um desafio para quase sete em cada 10 investidores brasileiros.
De acordo com dados coletados pela Fiduc, 67% dos investidores que fizeram o teste não tinham nenhuma reserva de emergência ou possuíam reservas inferiores ao equivalente a seis meses de suas despesas.
Do total de entrevistados para o levantamento sobre a saúde financeira dos investidores, apenas um terço tinha como suportar seus gastos recorrentes por mais de seis meses, período considerado ideal para suprir necessidades indesejadas.
O estudo também aponta que 54% dos investidores não sabem quanto precisavam guardar por mês para adquirirem liberdade financeira e se aposentarem. Desse total, 25% dizem que não tinham a menor ideia e apenas 15% apontaram saber quanto precisavam guardar para ter uma vida confortável após deixarem o mercado de trabalho.
Para Valter Police, planejador financeiro da Fiduc, o levantamento mostra que as dificuldades aparecem sempre no momento em que os investidores vão colocar os fundamentos dos quais têm conhecimento em prática.
"Entender seus custos e hábitos de consumo, ter disciplina e capacidade de guardar dinheiro e ainda adequar as decisões de investimento para que atendam seus objetivos de curto, médio e longo prazos são grandes desafios nessa jornada", explica Police.
A pesquisa também questionou os investidores se eles sabem para que usarão o dinheiro que estão guardando. Entre eles, apenas 20% afirmaram sempre ter dinheiro "carimbado" para cada objetivo e 12% dizem que guardam apenas por guardar.
Além da reserva de emergência e aposentadoria, entre as questões aparecem outros projetos de vida de prazos menores, como férias, compra de veículos ou imóveis. Questionados sobre o nível de confiança de que seus investimentos estão adequados para realizar esse tipo de metas, a maioria (54%) respondeu não estar nada confiante (26%) ou pouco confiante (28%).
Apesar de o índice mostrar a dificuldade em ajustar as finanças para alcançar as metas desejadas por conta própria, a maioria dos respondentes da amostra tinha o hábito de guardar dinheiro de forma recorrente.
Dos investidores, 43% afirmaram guardar entre 10% a 30% do que ganham e 13% apontaram que chegam a guardar mais de 30%. Outros 31% afirmaram ficar no "zero a zero", gastando o que ganham, enquanto 13% gastavam mais do que ganhavam.