16/06/2024 06:31:51

Educação
14/08/2021 20:00:00

Número de contratações de aprendizes cresce em Alagoas

Mesmo na pandemia, aumenta volume de novas vagas em Alagoas em comparativo aos demais estados da federação


Número de contratações de aprendizes cresce em Alagoas

O número de contratações de jovens aprendizes em Alagoas teve crescimento mesmo durante a pandemia. O estado foi um dos únicos da Federação a ter esse desempenho levando em consideração o cenário de retração deste tipo de oportunidades.

Conforme dados do e-Social entre os meses de agosto de 2020 e janeiro de 2021 mais de 50 mil vagas de jovem aprendiz foram fechadas em todo o país. Em contrapartida, Alagoas experimentou um crescimento de 1,73% que se manteve até o mês de junho, quando foram disponibilizados os últimos dados. Exemplos de retração são os estados do Goiás (-23,9%) e São Paulo (-20,17)

As oportunidades ofertadas pelos programas de estágio são fundamentais para o desenvolvimento profissional dos jovens. Segundo o auditor fiscal do trabalho, Leandro Carvalho, é indiscutível o impacto que a aprendizagem gera.

“São jovens que estão sendo preparados para o trabalho, estão estudando, se qualificando e terão uma oportunidade para desempenhar, terão experiência, é uma política fundamental”, destaca.

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que o jovem aprendiz tem 60% mais chances de contratação.

CASO

É o caso de Maria Érica Ferreira Lima, de 21 anos. Ela atua numa empresa de saneamento localizada em Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas. Erica começou no programa de aprendizagem e estágio e acabou sendo efetivada pela empresa, e com um detalhe: durante a pandemia. Érica conta que este é o seu primeiro emprego formal.

“Eu já tinha passado por outros estágios no Ensino Médio. Ingressei na Agreste Saneamento em janeiro de 2020 com estágio para a grade curricular, já que estou cursando graduação. Eu era do setor de sustentabilidade e, em setembro, passei para o departamento jurídico, como assistente administrativa de regulatório. Nunca imaginei que a contratação viesse tão rápido, esperava que pudesse acontecer após o primeiro ano de estágio ou ao fim do contrato. Foi uma grande surpresa”, enfatiza.

A recém-contratada comemora a mudança, que segundo ela, ampliou sua perspectiva em relação à atividade profissional: antes Érica se imaginava em um canteiro de obras e, atualmente, ela afirma que conseguiu enxergar a Engenharia Civil em muitas outras atribuições, como sustentabilidade e gestão de contratos, função que passou a ocupar.

Iana Maria Porfirio Rocha tem 21 anos e também atua em um programa de aprendizagem. Ela avalia que o mercado de trabalho para os estudantes é bastante restrito. Iana relata que diversos amigos ainda estão à espera de uma contratação.

“Na minha opinião, o que dificulta encontrar um estágio é de fato a ausência de oportunidades. A aprendizagem ou o estágio para mim é uma oportunidade de entender a dinâmica das empresas”, reforça.

Há necessidade de mais políticas públicas

Apesar dos números, o cenário ainda é marcado por desigualdades. Dados da Associação Brasileira do Estágio (Abres) apontam que cerca de 1 milhão de estudantes brasileiros ocupam uma vaga de estágio. No Nordeste este número chega a 89 mil. Mesmo assim, tais números não representam nem 6% de todo o universo de estudantes no país, que ultrapassa os 17 milhões.

Em Alagoas, há cerca de um ano está em vigor um conjunto de leis que favorecem a contratação de aprendizes. As leis são de autoria da deputada Jó Pereira (MDB)

“A legislação do Jovem Aprendiz é um conjunto de três leis que incentivam contratações de jovens, fortalecendo as possibilidades de oferta do primeiro emprego. As leis são as seguintes: Lei 8.269/2020, estabelecendo que só serão concedidos benefícios fiscais, dentro do Prodesin, para empresas que cumpram a Cota de Aprendizagem estabelecida em legislação federal; Lei 8.280/2020, que autoriza o Estado a instituir o Programa Jovem Aprendiz de Alagoas e, entre outros pontos, permite que a administração pública empregue e matricule (em cursos de formação técnico-profissional) um número de aprendizes equivalente a no mínimo 2% e, no máximo, 5% dos servidores públicos estaduais efetivos, em atividade; e a Lei 8287/2020, que determina a obrigatoriedade do cumprimento da Cota de Aprendizagem estabelecida em lei federal como pré-requisito para que empresas participem de processos licitatórios realizados pelo governo de Alagoas”, explica a deputada por meio de assessoria.

Em Alagoas, 2.376 empresas privadas se enquadram na obrigatoriedade da contratação de jovens aprendizes o que representaria um total de 7.209 de vagas. Entretanto, apenas 3.782 vagas de aprendizes estão disponíveis atualmente.

https://tribunahoje.com/ 



Enquete
Se a Eleição municipal fosse agora em quem você votaria para prefeito de União dos Palmares?
Total de votos: 315
Notícias Agora
Google News