O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (12/7) que deve conversar com Ricardo Barros (PP-PR) após o depoimento do deputado federal à CPI da Covid-19 para discutir se o parlamentar ainda ocupará o posto de líder do Governo na Câmara.
A declaração foi feita a jornalistas após Bolsonaro se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O depoimento de Barros na comissão do Senado está previsto para ocorrer em 20 de julho.
“Ele vai depor acho que dia 20, não é isso? Ele depondo, a gente conversa depois. Eu tenho que dar um crédito para ele, até que [se] prove que ele tem alguma culpa em algum lugar. Então, ele vai depor, e, após o depoimento dele, eu vou conversar com ele novamente”, disse Bolsonaro.
Barros assumiu a liderança do Governo na Câmara em 18 de agosto de 2020, em substituição ao deputado Vitor Hugo (PSL-GO).
Durante o depoimento na CPI da Covid, em 25 de junho, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que ele e o irmão, Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro em 20 de março. Segundo Miranda, na ocasião, Bolsonaro mencionou Barros como possível envolvido no esquema de compra da vacina indiana Covaxin, ao ouvir denúncias de irregularidades na compra do imunizante. Barros nega envolvimento.
Segundo um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da Saúde levou 97 dias para fechar o contrato da Covaxin; em contrapartida, a pasta federal demorou 330 dias para consolidar o acordo com a Pfizer.
Além disso, conforme documentos do TCU, a Covaxin foi uma das vacinas mais caras negociadas pelo governo federal, custando US$ 15 a unidade. O valor é quatro vezes maior do que o custo do imunizante produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a AstraZeneca, por exemplo.