A adolescente de 16 anos, que estava internada há 30 dias após ingerir várias medicações de uso controlado depois de ser estuprada no município de Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, faleceu na madrugada deste sábado, 22, em um hospital particular de Maceió. A menor também foi diagnosticada com Covid-19.
A família denunciou o caso à Delegacia Regional de Matriz do Camaragibe no final de abril, quando tomou conhecimento que em janeiro deste ano a menina teria sido estuprada após ir a uma festa acompanhada por uma amiga que é guarda civil municipal de Porto de Pedras e dois primos dela, que são de Recife e passavam férias no município. Lá, a menor foi drogada, levada para uma praia em São Miguel dos Milagres onde o crime aconteceu e foi registrado em vídeo.
A vítima não contou nada aos pais, que notaram uma mudança em seu comportamento, ela não queria mais comer, nem sair. Só queria dormir. E sem saber o que havia acontecido buscaram ajuda com médicos e psicólogos, o que não foi suficiente para evitar que a menor tentasse tirar sua própria vida, momento em que tudo veio à tona.
Quando a garota ingeriu diversas medicações de uso controlado, ela foi levada às pressas para o Hospital Regional do Norte e depois transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, devido à gravidade do estado de saúde, antes de ser transferida para a Santa Casa, por também ter sido diagnosticada com Covid-19.
Muito abalada, a mãe da menina disse que quer justiça. “Eu quero que os responsáveis paguem. Minha filha era linda e saudável, mas depois do que fizeram com ela, ela não era mais a mesma, até acontecer o que aconteceu. Minha filha ficou um mês numa cama de hospital e agora tá morta e não vai mais voltar”, disse.
As causas da morte foram registradas como septicemia, insuficiência respiratória aguda e infecção por medicamentos.
O velório da jovem vai acontecer na tarde de hoje, a partir das 15h, no Cemitério Memorial Parque Maceió, no bairro do Benedito Bentes.
Investigações
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Alagoas e o inquérito presidido pelo delegado Valdir Silva de Carvalho, titular da cidade.
Os envolvidos já foram identificados e prestaram depoimentos, porém não foram detidos. A polícia também ouviu a mãe da menor, assim como outros depoimentos. A integrante da Guarda Municipal de Porto de Pedras foi afastada preventivamente das funções.
A Polícia Civil não confirma se já está de posse dos vídeos que teriam sido feitos do crime.
Com a morte da jovem, a família quer agora que o Ministério Público Estadual (MPE/AL) entre no caso.
A reportagem tentou entrar em contato com equipe da Polícia Civil, mas não obteve êxito.
