A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do escritório de Direitos Humanos, pediu que seja feita uma investigação independente sobre a operação policial no Jacarezinho, no Rio de Janeiro. A ação deixou 25 pessoas mortas, entre eles, um policial.
Rupert Colville, porta-voz dos Diretos Humanos da ONU, classificou que há um histórico de uso “desproporcional e desnecessário” da força por parte da polícia. “Pedimos que o promotor conduza uma investigação independente e completa do caso de acordo com os padrões internacionais”, disse Colville durante entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.
“A força só deve ser usada como último recurso e a polícia não tomou medidas para preservar as evidências na cena do crime”, declarou o porta-voz da ONU.
A operação deixou 25 mortos e foi a mais letal da história do estado, de acordo com o Geni-UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense). A operação na última quinta-feira (6) superou recordes anteriores registrados na Vila Operária em Duque de Caxias (23 mortos em janeiros de 1998), no Alemão (19 mortos em junho de 2007) e em Senador Camará (15 mortos em janeiro de 2003).
Entidades como a Defensoria Pública, a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj foram até o Jacarezinho para ouvir os moradores.
O primeiro choque inicial foi a quantidade de sangue nas ruas”, relatou a defensora pública Maria Júlia Miranda. “Eram muitas poças. Relatos de violação de domicílio e de mortes neles. Muitos muros cravejados de bala, muitas portas cravejadas de bala.”
A Polícia Civil alega que a operação foi deflagrada após a corporação receber denúncias de que traficantes do Jacarezinho estavam aliciando crianças e adolescentes para praticarem crimes.
Duas pessoas foram atingidas no metrô, mas sobreviveram.
O policial André Leonardo de Mello Frias morreu durante a operação. Num post no Facebook, a Secretaria de Polícia Civil afirmou que Frias "honrou a profissão que amava e deixará saudade" e que "lamenta, ainda, pelas vítimas inocentes atingidas no metrô".
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