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Geral
06/03/2021 00:00:00

Nova onda de restrições pode reduzir alta do PIB em 2021; serviços é setor mais afetado

Nova onda de restrições pode reduzir alta do PIB em 2021; serviços é setor mais afetado

A bateria de novas restrições à circulação de pessoas que vêm sendo anunciadas pelos principais Estados do país para conter o pior momento da pandemia só reforça as apostas de economistas de que a retomada do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil acontecerá somente a partir do segundo semestre.

O impacto será sentido principalmente pelo setor serviços, que teve a maior queda em 2020 (retração de 4,5%) e que representa mais de 70% da economia brasileira. No ano passado, o setor teve, pela primeira vez desde 2017, uma redução do seu peso na atividade, recuando de 73,5% em 2019 para 72,8%.

O  economista Rodolpho Tobler, da FGV-Ibre, lembra que o setor de serviços foi o único que ainda não se recuperado e voltou aos patamares pré-pandemia.

“Em outras crises, os serviços foram menos afetados. Mas essa é uma crise particular, porque não é apenas econômica, é também sanitária”, aponta. “Em especial os serviços às famílias, como bares, restaurantes, hotéis, cabeleireiros, academias, estão muito abaixo do nível antes do coronavírus se espalhar”.

Ele lembra que o setor sempre é o primeiro a entrar e o último a sair das listas de restrições à circulação. “São negócios que acabam sendo particularmente frágeis porque, diferentemente de outros casos, as pessoas não podem compensar o que ficou para trás. Você não corta o cabelo duas vezes, não aluga dois quartos de hotel para compensar uma viagem que não foi feita”, exemplifica.

A situação preocupa pela alta empregabilidade do setor. Dos 8,6 milhões de vagas formais e informais que foram perdidas entre o final do ano passado e dezembro de 2019, 4,5 milhões estão em serviços. “Isso precisa melhorar para que a economia possa se manter no futuro mesmo sem o auxílio emergencial ou outros estímulos temporários”, explica, lembrando que esse cenário só irá melhorar quando a vacinação em massa decolar no Brasil.

PIB pode cair também no segundo trimestre

As novas medidas de isolamento intensificam o pessimismo daqueles que acham que o recuo da atividade econômica possa acontecer não apenas no primeiro trimestre, como já era esperado por causa do fim do auxílio emergencial, mas também no segundo.