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Acidente
17/12/2020 20:00:00

Como vai funcionar a vacinação contra o coronavírus no Brasil, segundo o governo

Ao lançar o plano na quarta, o ministro da saúde Eduardo Pazuello questionou as expectativas da população em relação à vacinação. 'Para que essa ansiedade, essa angústia?', disse.

Como vai funcionar a vacinação contra o coronavírus no Brasil, segundo o governo

Após pelo menos três pedidos de esclarecimento do STF (Supremo Tribunal Federal) em meio ao andamento de uma ação sobre a vacina conta a covid-19, o governo federal divulgou nesta quarta-feira (16/12) um plano nacional de vacinação como parte do combate à pandemia.

A primeira versão havia sido enviada ao Supremo no sábado, mas diante de lacunas a Corte pediu que o Ministério da Saúde explicasse melhor seu planejamento.

Ao lançar o plano, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello questionou as expectativas da população em relação à vacinação. "Para que essa ansiedade, essa angústia?", disse.

"O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina", afirmou.

Até o momento, o coronavírus já causou mais de 182 mil mortes no país e contaminou mais de 6,9 milhões de pessoas.

Entenda como vai funcionar, segundo o governo, a campanha nacional de vacinação contra a covid-19.

Qual vacina será usada?

Há umas série de vacinas candidatas em fase 3 de testes, mas o governo não especificou qual será a vacina usada por ainda não ter fechado um contrato final com nenhuma farmacêutica específica.

Mas já há negociações em andamento que, segundo o governo, totalizam cerca de 350 milhões de doses.

Entre as negociações estão a vacina de Oxford/AstraZeneca, com produção no Brasil pela Fiocruz. Há um encomenda de 100,4 milhões de doses dessa vacina até julho de 2021 e encomenda de produção nacional de mais 110 milhões de doses até dezembro de 2021.

Também há uma encomenda de vacinas (42,5 milhões de doses) do consórcio internacional da Covax, sem data ainda. A vacina vinda desta fonte pode ser de qualquer uma das diversas farmacêuticas que fazem parte do consórcio.

Além disso, o governo tem conversado com diversas outras farmacêuticas: a Pfizer/BioNTech, a Janssen, o Instituto Butantan/Sinovac, a Bharat Biotech, a Moderna, a russa Gamaleya e a Moderna.

O Ministério da Saúde diz que foram solicitadas informações de preços, estimativa e cronograma de disponibilização de doses e dados científicos dos estudos com essas vacinas.

Qualquer uma das vacinas citadas — ou mesmo mais de uma delas — pode ser a escolhida para o programa nacional de imunização contra o coronavírus.

Apesar da reticência anterior do governo com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, a vacina está citada no documento.

O ministro Pazuello afirmou que todas as vacinas terão o mesmo tratamento, ou seja, todas serão consideradas sem prejuízo para nenhuma delas.

"Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan ou pela Fiocruz, por qualquer indústria, terá prioridade do SUS. Isso está pacificado, discutido, muito bem tratado e acompanhado", disse.

General Pazuello chegou ao Ministério da Saúde em abril, quando a pasta era comandada por Nelson Teich, na posição de secretário-executivo

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Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil / BBC News Brasil
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