Após repercussão negativa, o ministério da Educação vai revogar a portaria em que determina o retorno das aulas das universidades a partir de janeiro. A informação foi confirmada pelo O Globo por uma fonte no MEC. Uma nota deve ser divulgada ainda nesta quarta-feira (02) para explicar a decisão.
A portaria publicada nesta quarta-feira pegou de surpresa as universidades federais.
O epidemiologista Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), criticou a medida, classificando como "ato nulo":
“As universidades públicas têm autonomia garantida pela Constituição. Com todo respeito, não cabe ao MEC decidir sobre isso. O objetivo da portaria foi jogar os alunos contra as universidades. Com as pausas decorrentes da chegada da pandemia, muitos deles ficaram ansiosos, com a formatura atrasada”, afirmou ao Globo.
Reitores se mobilizaram contra decisão
Após o Ministério da Educação (MEC) publicar portaria que determina o retorno às aulas em universidades federais a partir de janeiro do ano que vem, reitores de instituições se mobilizaram para tentar reverter a decisão por “contrariar protocolos de segurança”.
Havia até uma reunião virtual marcada para acontecer nesta quinta-feira (3) na Associação dos Reitores (Andifes) para definir os “encaminhamentos necessários sobre a questão” e “manter a calma” na sociedade, segundo fontes ligadas às instituições ouvidas pela reportagem.
Durante toda manhã desta quarta-feira (2), mensagens pendido “calma” aos alunos circularam por grupos de WhatsApp universitários. Isso porque, após publicação do MEC, houve grande preocupação por parte dos alunos, segundo uma estudante da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), em Minas Gerais.