22/12/2025 06:24:15

Maceió
23/08/2020 23:00:00

Bairros que afundam podem virar floresta

Estudo da Prefeitura de Maceió prevê também aterro da lagoa e implantação de uma estrada em um parque por toda área

Bairros que afundam podem virar floresta

APrefeitura de Maceió está desenvolvendo um estudo para revitalização de áreas nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto. Mas segundo apurou a reportagem da Tribuna Independente o estudo ainda está em fase inicial e pode levar anos para a execução do projeto.

As fases incluem a demolição das áreas mais críticas, a construção de um corredor ecológico, reflorestamento, a implantação de um via perimetral para escoamento do trânsito e a implantação de uma estrada parque.

Outro ponto é a manutenção das Unidades Especiais de Preservação Cultural como os prédios da Vila Lilota, do Sinteal, do IMA, por exemplo.

Também está previsto o aterramento de áreas da lagoa com os resíduos da demolição.

Segundo o promotor do Ministério Público Estadual (MPE), Jorge Dórea, não é possível precisar quanto tempo as discussões podem levar, tampouco os prazos para que as áreas ganhem destinação.

“Teremos que esperar um tempo para que sejam concluídas as análises e perícias sobre toda a situação do subsolo, como está sendo anunciado o fechamento das minas porque não pode ser definidos nada sem saber a extensão do dano, quando para. Se com o fechamento das cavernas o solo vai se estabilizar. Não pode haver essa contradição, se as áreas estão sendo desocupadas não faz sentido criar coisas para levar pessoas. Essas discussões são preliminares, estão começando a surgir as primeiras ideias, mas não é algo para manhã, tudo vai ser discutido. É uma construção com parcerias. O MPE está vigilante e vai cobrar seja da empresa, do poder público para readequação, os bairros não vão ficar esvaziados e abandonados. A ideia é de que só após o pagamento, as indenizações essa arte seja iniciada, o que não impede a discussão, mas não podemos esperar tanto porque essas áreas já estão sendo esvaziadas”, pontua Dórea.

O promotor esclarece que o estudo foi originado por um inquérito instaurado pelo órgão para que seja dada destinação às áreas que vêm sendo desocupadas e demolidas.

“Todo esse trabalho está sendo feito após a instauração de um inquérito civil da promotoria de urbanismo para tratar dessa questão. Lógico que a primeira grande preocupação dos Ministérios Públicos e Defensorias é com a realocação das pessoas e dar celeridade aqueles programas de indenização. Isto é uma coisa, mas em face do impacto causados pela ordem urbanística com aquela destruição toda. Então o MPE, instaurou um inquérito civil público com o objetivo de aferir a extensão desse dano para a ordem urbanística e buscar soluções arquitetônicas adequadas para essa situação que não é fácil, não se tem uma coisa dessas em literatura, em exemplos por aí fora. São situações todas novas para a gente resolver. Lógico que não e tem uma ideia pré-concebida, algumas pessoas imaginam, dizem que a Braskem vai ficar com esses imóveis, que vai usar para imobiliárias, mas não, isso não vai acontecer, esses imóveis serão demolidos e nesses locais vazios terão projetos arquitetônicos adequados”, argumenta o promotor.

Prefeitura diz que quer ouvir “diversas” entidades

Em nota, a Prefeitura de Maceió afirma que o projeto definitivo só será construído após discussões com diversas entidades da capital.

“A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) informa que o Plano de Ações Estratégicas é um estudo preliminar sobre a viabilidade técnica de ocupação das áreas que serão desocupadas nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto. Após aprovação da parte técnica, o estudo será debatido com a sociedade, os órgãos de controle e as instituições de ensino superior”, explicou a Prefeitura.

A Braskem S/A informou que já tem conhecimento dos estudos e segue participando das discussões para o futuro das áreas.

“Representantes de diversas áreas da Braskem têm participado de reuniões com autoridades municipais e outras, para conhecer e discutir propostas para o futuro dos bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro e Bom Parto, em Maceió, onde está havendo a desocupação das áreas indicadas pela Defesa Civil”.

Tribuna Independente / Texto: Evellyn Pimentel