Servidores públicos aposentados e militares da reserva devem começar a trabalhar em meados de abril para tentar diminuir a fila de pedidos de benefício ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), segundo expectativa do Ministério da Economia.
A expectativa do governo é de que mais de 8,22 mil trabalhadores nessas condições sejam contratados e que o período de assinatura do contrato e início das atividades ocorra entre os dias 13 e 17 de abril de 2020. Os contratos terão duração de um ano, prorrogáveis por mais um.
"Se todas as vagas forem preenchidas para o ano de 2020, teríamos um gasto de aproximadamente R$ 160 milhões por nove meses", afirmou o secretário de Previdência, Narlon Gutierre. Os salários são de R$ 2,1 mil (a maioria) ou R$ 4,2 mil.
O presidente do INSS, Leonardo Rolim, afirmou que, atualmente, há 1,883 milhão de benefícios na fila, sendo eles previdenciários e assistenciais (Benefício de Prestação Continuada, por exemplo). O tempo médio de concessão, atualmente, é de 80 dias.
Segundo ele, desse volume total de benefícios na fila, 1,25 milhão já estão atrasados, acima do prazo legal de 45 dias. “Nossa programação é que, no máximo até outubro, já tenhamos um tempo médio padrão que existia até 2013: uma média entre 20 e 25 dias para concessão dos benefícios”, declarou.
Nesta segunda-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória, publicada no "Diário Oficial da União", que institui novas situações em que o governo federal pode contratar profissionais por prazo determinado e sem concurso público. Um dos pontos da MP é justamente a contratação desses servidores e militares aposentados.
De acordo com o secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Bruno Bianco, serão publicados editais de chamamento publico, com a definição de pre-requisitos para habilitação dos candidatos interessados. "Serão pagos por produtividade ou jornada", declarou.
Ele explicou que o processo de análise de concessão de benefícios previdenciários pode ser feita exclusivamente da carreira de servidores do INSS. Nesses casos, o edital não trará um limite de vagas e o pagamento será feito por produtividade.
"Para atendimento ao público, quaisquer outros servidores poderão ser chamados. Militares já na reserva também poderão ser chamados para trabalhar em atividades não exclusivas de servidores do INSS", explicou Bianco a jornalistas.
G1