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Política
02/09/2019 19:30:00

PSDB pode punir Tereza Nelma por ter votado contra reforma da Previdência

Deputada alagoana desobedeceu a decisão da executiva nacional do partido

PSDB pode punir Tereza Nelma por ter votado contra reforma da Previdência

deputada federal por Alagoas Tereza Nelma (PSDB) poderá sofrer punição de seu partido por ter votado contra o projeto de reforma da Previdência, contrariando a determinação da executiva nacional dos tucanos. A situação da parlamentar será analisada pela comissão de ética do PSDB, que poderá até expulsá-la, mas provavelmente aplicará a pena de perna de cargos partidários. A informação é do Diário do Nordeste.

A executiva nacional do PSDB havia fechado questão a favor do projeto, ou seja, todos os deputados deveriam votar "sim". Pela desobediência, conforme previsto no código de ética dos tucanos, Tereza foi levada ao conselho.

 

Recentemente, o deputado federal Aécio Neves chegou a ser alvo de dois pedidos de expulsão, elaborados pelos diretórios municipal e estadual do PSDB de São Paulo, mas não teve seu caso encaminhado ao conselho de ética para investigação e sugestão de sanção.

A executiva nacional, ao se reunir para avaliar a admissibilidade dos pedidos de expulsão de Aécio na última quarta-feira (21), decidiu por 30 votos a 4 que esse caso deveria ser arquivado em vez de levado ao conselho. ?Aécio é investigado em uma série de inquéritos e se tornou réu, em abril de 2018, sob acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça. O deputado ainda não foi julgado.

Relatório

No caso relacionado a Nelma Nelma, a defesa da deputada foi apresentada na sexta-feira (23). O ex-deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), relator do caso no conselho, tem agora até dez dias para apresentar seu relatório, que será votado pelos demais membros do colegiado. A decisão final sobre eventual punição será da executiva do PSDB.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, ao encaminhar a situação da parlamentar alagoana ao conselho de ética, recomendou que ela seja destituída de cargos de direção ou representação partidária. A deputada é a 2ª secretária da executiva nacional do partido.

Essa é a menor sanção prevista no código de ética para situações de voto contrário ao que determinou a sigla. As punições podem ser perda de cargo partidário, suspensão de recursos para financiamento eleitoral, negativa de legenda para disputar cargos eletivos e expulsão do partido. O relator Raimundo Gomes de Matos pode recomendar em seu parecer no conselho uma sanção diferente daquela indicada por Bruno Araújo.

A tramitação no conselho de ética, composto por cinco tucanos, dura até 45 dias segundo as regras do partido. Dentro desse prazo, a executiva nacional deve se reunir para votação do parecer do conselho, além de determinar a punição cabível.

Esse procedimento não chegou a acontecer no caso de Aécio, já que a executiva nacional rejeitou a admissibilidade dos pedidos de expulsão do tucano, evitando a chegada do caso ao conselho de ética.

A tramitação, no caso de Nelma, foi diferente. Não houve uma votação de membros da executiva sobre a admissibilidade do procedimento. O próprio presidente, Bruno Araújo, em reunião da executiva do dia 16 de julho, deu a sugestão de punição e encaminhou a questão ao conselho.

O entendimento foi que, ao contrário da situação de Aécio, não havia indício a ser apurado ou mensurado pela executiva. No caso de Nelma, a violação do estatuto é indiscutível, já que havia uma ordem da executiva, do dia 11 de junho, pelo voto "sim" à reforma da Previdência.

A votação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara foi no dia 10 de julho, quando Nelma foi a única tucana a votar "não". No segundo turno, em 6 de agosto, mesmo já respondendo a procedimento interno, Nelma repetiu seu voto "não". 

Gazetaweb