Ao dizer, em discurso em Washington, que Brasil e Estados Unidos estão “trabalhando em conjunto” para resolver a questão da Venezuela, o presidente Jair Bolsonaro afirmou reconhecer a “capacidade econômica e bélica” americana.
“Temos alguns assuntos que estamos trabalhando em conjunto, reconhecendo, obviamente, a capacidade econômica, bélica, entre outras, dos Estados Unidos. Temos que resolver a questão da nossa Venezuela”, disse.
“A Venezuela não pode continuar da maneira que se encontra. Aquele povo tem que ser libertado e acreditamos e contamos, obviamente, com o apoio norte-americano para que esse objetivo seja alcançado”, completou.
A fala deu margem para questionamentos dos jornalistas se o presidente pode retroceder nesta terça-feira (19), em reunião com o anfitrião Donald Trump, na posição de não apoiar uma intervenção militar no país vizinho.
O governo americano já disse que todas as opções estão sobre a mesa quando o assunto é Venezuela, mas o Brasil - e principalmente os militares brasileiros - tem se mostrado resistente a uma intervenção.
Após o discurso de Bolsonaro, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que o país continuará buscando uma solução diplomática para a crise na Venezuela.
No discurso de cerca de 9 minutos a empresários e investidores americanos, o presidente preferiu falar menos de economia e mais de suas bandeiras conservadoras - com direito, mais uma vez, a ataques à imprensa.
Segundo Bolsonaro, ele “conheceu” Donald Trump, quando o americano, ainda candidato “começou a sofrer ataques da mídia”.
“Vou dizer pra ele [nesta terça] que, dois anos antes, eu já sofria a mesma coisa no Brasil”, disse, acrescentando que, como Trump, também venceu as eleições “tendo fake news e grande parte da mídia contra” ele.