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O deputado George Clemente, que perdeu a eleição em São Miguel dos Campos por apenas 1.600 votos, está convicto de que a vitória da prefeita Roseane Santos teve ajuda do cartório eleitoral da cidade, em prejuízo de sua candidatura. Segundo Clemente, durante toda a campanha a serventuária Clarissa Gomes e o próprio chefe do cartório André Araújo trabalharam em favor da reeleição de Roseane Jatobá, esposa do usineiro Nivaldo Jatobá. Como prova do crime, Clemente apresenta um CD com várias fotos da dupla participando da festa da vitória juntamente com os coordenadores da campanha da prefeita.

Um dos episódios que comprometeram a parcialidade do trabalho dos oficiais de justiça no pleito de São Miguel foi a última caminhada do candidato de oposição, proibida na última hora pela justiça. O episódio resultou na revolta dos partidários de Clemente que decidiram fazer a caminhada por conta própria e o ato terminou em pancadaria e espancamento de eleitores por policiais do Bope.

George Clemente lembra que havia um acordo prévio em que a prefeita faria sua última carreata o dia 3, enquanto ele faria caminhada no dia 4. Minutos antes de começar a caminhada, uma determinação judicial proibiu o ato alegando que a candidata também havia marcado uma caminhada na mesma data e local. Revoltado, o povo foi às ruas e o ato terminou no espancamento dos eleitores de George Clemente.“Foi tudo armação da Clarissa e do chefe do Cartório Eleitoral para prejudicar a minha campanha e favorecer a prefeita”. Disse ao Jornal Extra o deputado, que na segunda-feira(10), formalizará a denúncia junto ao Tribunal Regional Eleitoral(TRE) e ao Ministério Público Eleitoral.

George Clemente fez questão de isentar a juíza Nirvana Melo, dos atos ilegais praticados pelos serventuários que atuam no cartório eleitoral de São Miguel dos Campos. “A exceção da Dra. Nirvana, todos os demais integrantes da justiça agiram sem devida isenção durante o pleito eleitoral e deram provas de apoio à candidatura da prefeita”, informou Clemente, destacando que o grupo liderado por Clarissa Gomes participou ativamente na festa da vitória, patrocinada pela prefeita Roseane Santos.

George Clemente recorda que o processo de perseguição à sua campanha começou logo após a carreata de lançamento de sua candidatura, quando policiais do BOPE, sob as ordens de Clarissa Gomes, invadiram uma empresa do candidato alegando denúncia de compra de votos, com o único interesse de prejudicar a coligação “Força que vem do povo”. No episódio foram presos Bráulio Vieira, sobrinho de George e um funcionário identificado como Marenildo Antônio Ramos.

Após serem encaminhados à Polícia Federal, os dois acusados foram ouvidos e inocentados logo sendo postos em liberdade porque nada se comprovou sobre a denúncia de compra de votos. “Além disso – destacou o deputado – vários veículos de minha campanha foram apreendidos por ordem do grupo rival, sem qualquer razão. A perseguição foi tão clara que o chefe do Cartório Eleitoral, Sr. André Araújo, exigiu até nota fiscal da compra de apitos usados por meus correligionários durante os atos de campanha”, - enfatizou o candidato, esclarecendo que cada apito custou R$ 0,10.

Assessor diz que justiça é refém da Prefeitura
Para Clystenes Péricles, assessor do deputado George Clemente, o poder judiciário em São Miguel dos Campos é refém da prefeitura, e esclarece o por quê. “A prefeita Roseane Santos repassa a verba anual de R$ 304.076,23 para o Fórum. Um veículo sprinter vendido através da empresa Alagoas Diesel, de propriedade do Sr. Nivaldo Jatobá, foi doado ao Fórum; o imóvel onde funciona a Promotoria Pública é de propriedade de Nivaldo Jatobá; a casa onde está instalada a 1ª Companhia Independente da Polícia Militar também pertence a Jatobá, além da prefeitura manter funcionários à disposição do Fórum local”, relata Clystenes.

Clystenes Péricles diz ainda que a residência considerada como “Quartel General” de Nivaldo Jatobá nunca recebeu a visita dos oficiais de justiça e da polícia. “Por sinal, o único dia em que foram à casa do usineiro foi após o resultado da eleição para comemorar a vitória da prefeita reeleita Roseane Santos". O assessor parlamentar denuncia ainda que a compra de votos feita pela prefeita Roseane ocorreu às claras e que durante o processo eleitoral as autoridades locais, mesmo sabendo do crime, não adotaram nenhuma providência. “O dinheiro é meu e eu faço o que quero com ele”, dizia abertamente o usineiro Nivaldo Jatobá nos comícios, visitas e carreatas da candidata Roseane.

Ele também confirma que vários eleitores, cabos eleitorais e correligionários de George Clemente foram brutalmente espancados pela PM, orientados pelo grupo de Jatobá. A empresária Cida do posto e sua filha foram apenas algumas das vítimas da truculência dos policiais. “Foi tanto absurdo que até uma rádio pirata com um prefixo 103,7 transmitiu todos os comícios de Roseane Santos. Literalmente falando, a eleição em São Miguel dos Campos foi uma vergonha. Eu, no entanto, acredito na justiça e espero que as medidas sejam adotadas”, - finaliza Clystenes Péricles.


Jornal Extra