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02/07/2008 00:00:00

Economia

Economia

Em São Paulo, o preço do gás já aumentou 40% esta semana. No Rio de Janeiro, vai subir 16% a partir desta quarta-feira (2). No mês que vem, tem mais 6%. A conta é cada vez mais alta. Os aumentos, das distribuidoras para os postos, já haviam sido anunciados pelas agências reguladoras dos estados e devem ser repassados para o consumidor. Mas como o mercado é livre, cada posto vai definir o preço na bomba.

O que vale a pena, então: carro a gás, a álcool ou gasolina? Já tem especialista desaconselhando a conversão de veículos para o gás – e não faz muito tempo o governo estimulava essa mudança.

Quem tem carro a gás acredita que fez um bom negócio. “A economia é significativa. Para a gente que trabalha com táxi e roda muito, muitos quilômetros, a economia quase paga a prestação do carro”, diz o taxista Jales Rufino.

“Eu gastava de gasolina mais ou menos uns R$ 400 e estou gastando mais ou menos uns R$ 200, no máximo. Espero que dure um bom tempo esse valor”, comenta a personal trainer Karina Jardim.

Mas com o repasse das altas ao consumidor, essa vantagem não deve durar. “Quem paga a conta é sempre o consumidor final. Quando as coisas começam a dar certo, logo, logo vem alguma coisa que parece que não é para dar certo”, protesta o pequeno empresário Gonçalo Agostinho.

Tendência de alta

Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura e especialista em energia, a tendência é que o preço do gás continue subindo – e muito. O Brasil não produz tudo o que precisa. Depende da Bolívia, que promete mais aumento no futuro.

“A tendência do preço do gás natural – tanto para o automóvel, como para a indústria, como para a residência - é de aumentar. Eu não vejo daqui até 2012 condições de aumento de oferta suficiente para que todos os setores da economia brasileira possam consumir gás com tranqüilidade”, observa Pires.

Carlos Gurgel, professor de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília (UnB), fez as contas se ainda vale a pena converter o carro para gás. Ele levou em consideração o preço médio da gasolina, do álcool e do gás praticado no mês passado e chegou à seguinte conclusão: para rodar mil quilômetros, o carro a gasolina gasta 227; a álcool, R$ 182; e a gás, R$ 103.

Ainda é mais barato, mas é preciso colocar nessa conta o que foi investido para converter o carro – cerca de R$ 4 mil. “Se nós levarmos em consideração o kit de instalação, que as pessoas precisam investir dinheiro ali, eu acredito que não e, principalmente, num cenário de aumento do preço do custo do gás natural. Eu acho que a opção hoje seria o álcool”, diz o engenheiro.

com G1