A partir de hoje, o diesel estará mais caro nas bombas de todo o País. O reajuste será de R$ 0,03. Esse é o segundo aumento no preço do combustível em menos de dois meses, e somados os reajustes, o valor pago por litro - que já sofreu uma elevação de 11% - estará cerca de 14% mais caro que nos primeiros meses do ano. E nesse caso, a alta do produto ocorre devido à adição de 1% a mais de óleo vegetal ao combustível, em cumprimento à Lei Federal número 11097/2005, do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), que estabelece o aumento gradativo da porcentagem óleo vegetal adicionado ao diesel. A previsão é que, até 2013, o percentual da mistura chegue a 5%, mistura chamada de B5.
Com a mistura B3, o Governo Federal prevê que em 2008 a economia com a diminuição das importações de diesel seja de US$ 600 milhões. Um dos pontos levantados pelos defensores da mistura, é a redução da poluição emitida pelos veículos que trafegam com o combustível. Do outro lado, existe a preocupação de que, com o aumento da utilização do óleo vegetal como combustível, a oferta dele para fins alimentícios diminua, e com isso, o preço aumente nas prateleiras.
Segundo Ciro Stradiotto Branco, assessor jurídico do Sindicato das Empresas de Combustíveis de Criciúma (Sindcomb), a adição do óleo vegetal ao biodiesel está criando um aumento de custos, que fatalmente terá que ser repassado ao consumidor não só pelos postos, mas também pelas transportadoras. “Tiram o óleo da mesa para ser queimado como combustível. Isso cria uma situação favorável ao aumento dos preços do óleo vegetal”, afirma. Para Zefiro Giassi, diretor dos Supermercados Giassi, se parte do óleo produzido para a alimentação for utilizado para outros fins, é muito provável que o produto falte nas prateleiras. "É preciso fazer um planejamento antes e se fazer um acordo de aumento da produção para suprir a demanda", afirma.
Um dos setores que sentirá o aumento no preço do biodiesel é o de transportes. Segundo Branco, o reajuste implicará em uma elevação no preço do frete. E essa questão é justamente uma das reivindicações dos caminhoneiros do País, que na semana passada, iniciaram um movimento em prol de melhorias nas condições de trabalho. Os motoristas autônomos e pequenos transportadores pedem que o aumento do combustível seja repassado no valor do frete recebido.
com maceioemdia // ana paula omena