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23/06/2008 00:00:00

União dos Palmares

União dos Palmares

Antonio Aragão

 

 

 

Nos últimos dias, com a chegada dos festejos de São João, ficou difícil calcular o dano causado ao meio ambiente com a retirada criminosa de lenha para fazer fogueiras da Mata dos Frios, a 10 quilômetros do centro de União dos Palmares, cuja extensão de cerca de 200 hectares ainda se constitui na única floresta remanescente da Mata Atlântica entre União dos Palmares e a divisa com Pernambuco nesta região do estado.

 

Na certeza da impunidade, depredadores e inescrupulosos vêm, ao longo dos anos, dizimando a reserva ecológica que abrigava (ainda abriga com raras exceções) madeira nobre e uma fauna cuja variedade abrigava símios (hoje literalmente extintos) e que um dia já emprestaram seu topônimo a União dos Palmares quando este se chamava “Cerca Real dos Macacos”.

 

A extração de madeira é diária para uso da lenha em substituição ao gás liquefeito de petróleo pela população de baixa renda. Nas caladas da noite, madeireiros agem criminosamente roubando arvores para serem empregadas na fabricação de móveis, casas, e até mesmo para queimar nas padarias, visto que o local por ser de difícil acesso prejudica a fiscalização e punição dos criminosos.

 

Existia até bem pouco tempo uma guarnição da Policia Florestal com vinte e cinco policiais instalados na Fazenda Frios que é o local mais próximo da Serra, mas que inexplicavelmente foi retirada pelo comando da PM e não mais voltou a atuar, o que facilitou a ação dos predadores.

 

Ouvido sobre o assunto, o empresário Danclads de Mendonça Uchoa que possui no sopé da Serra dos Frios um hotel-fazenda com cerca de 25 hectares, afirma que “vejo com tristeza a mata ser devastada diariamente sem nenhuma providencia. Já começo a sentir os reflexos do desmatamento na minha propriedade, pois os mananciais de água começam a secar, o que por conseqüência logo será sentido por toda comunidade. Talvez, seja eu o único a manter minha área totalmente recuperada, pois quando a adquiri, havia plantação de lavoura branca, que ao longo dos tempos substitui pela vegetação nativa, e hoje é por assim dizer, um oásis” sentenciou Danclads.

 

Para se ter um dimensionamento dos danos causados a natureza, somente através de  uma turnê a cavalo ou um sobrevôo de avião, onde se pode notar as enormes clareiras dentro da mata, as quais, paulatinamente vão dando lugar a plantações de capim, banana e outros produtos agrícolas, sem que o Meio Ambiente ou o IBAMA se pronuncie sobre o assunto, cujo assunto foi tema de preocupação e denuncia em dias da semana passada na Câmara Municipal de União dos Palmares.

 

 

 

 

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