Antonio Aragão
Cerca de duzentos trabalhadores informais, os conhecidos “carroceiros” se reuniram na noite desta segunda feira (9) com o prefeito José Pedrosa, o Vice Prefeito Areski Freitas e o advogado Paulo Roberto Alves Cavalcanti, no auditório da Prefeitura Municipal, oportunidade em que foi discutida a aplicação da liminar de autoria do Juiz Dr. Aécio Flávio de Brito, que atendendo solicitação do Ministério Público Estadual, determinou o prazo de 30 dias para a retirada de porcos, eqüinos, caprinos e bovinos existentes na zona urbana de União dos Palmares.
O líder da classe, Nestor Jacinto de Souza (segundo a direita foto 2) disse que “estamos perto de passar fome, pois entendemos que o município não tem como no prazo de 30 dias arrumar local na zona rural um lugar para acomodar mais de setecentos animais (referindo-se aos cavalos e burros que puxam as carroças), pelo que, Dr. Pedrosa, queremos que o senhor arrume uma solução, pois de nosso trabalho dependem perto de 3500 pessoas”.
Sensibilizado com o apelo dos seus munícipes, o prefeito disse estar acionando a Procuradoria Geral do Município através do advogado Dr. José Rubens Marcelo para ainda na manhã de amanhã (10) dar entrada, no Fórum local com um Embargo de Declaração, documento este que fará uma exposição detalhada de motivos inclusive apresentará o plano traçado pela Secretária Municipal de Meio Ambiente através do agrônomo Manoel Bernardo e que seria a solução para o impasse, e tentará, segundo Pedrosa “sensibilizar o Dr. Aécio para a gravidade do fato e o curto espaço de tempo para a municipalidade cumprir a determinação judicial”, afirmou Pedrosa.
Em outra parte do seu pronunciamento, o prefeito disse que “determinação judicial não se discute, se cumpre. Reconheço os motivos que levaram o Ministério Público a pedir a retirada dos animais, mas embora em diversas oportunidades estivemos reunidos versando sobre o tema, nada convenceu os promotores. Se por acaso a Justiça local entender que a determinação seja levada a efeito, recorreremos a instancia superior, porém, como disse, cumpriremos a ordem judicial”, finalizou.
Entre os carroceiros, o ancião João Antonio Pereira (foto 3) de 77 anos, que incapaz para o trabalho fez um apelo dramático: “meu filho herdou de mim uma carrocinha, da qual ele, a mulher, três filhos e minha ‘veia’ (referindo-se a esposa) comemos, vestimos, pagamos aluguel, água, luz e remédio. Se não tiver um lugar para botar o burro que puxa nosso único meio de sustento, o que vai ser de nós”? finalizou o ancião.
No final, foi sugerido que em caráter de emergência fosse mantida uma conversa com o Dr. Aécio Flávio para que no anexo da Feira de Animais que o município constrói na margem da BR-104, praticamente na zona rural da cidade, fosse feito uma cocheira comunitária para abrigar os animais em questão, o que foi aplaudido pelos carroceiros.