O músico Marcos Brandão depôs na manhã desta quinta-feira, 29, ao delegado Waldor Coimbra Lou, titular do 10º Distrito Policial, que investiga a morte do estudante universitário Johnny Wilker da Silva Pino, de 21 anos, assassinado com um tiro na cabeça durante uma blitz no bairro do Santos Dumont, crime ocorrido na noite do domingo 25.
Marcus prestou depoimento durante aproximadamente duas horas e narrou como se deu a morte do amigo, no domingo. O músico não quis prestar declarações à imprensa e as informações sobre o depoimento foram repassadas pelo seu advogado, Soriano Torres.
De acordo com Torres, os jovens voltavam de uma festa no Complexo Benedito Bentes e Marcus ia levar o amigo em casa. Quando passava por uma rua transversal à BR-104, no conjunto Santos Dumont, o jovem disse que foi surpreendido com disparos de arma de fogo e a queda do amigo da motocicleta, uma Honda Biz, mas assustado com a aproximação de estranhos fugiu do local.
Marcus afirmou, em seu depoimento, que em nenhum momento percebeu que se tratava de uma blitz da Polícia Militar ou ouviu a ordem para parar. Segundo o jovem, sua motocicleta possui um escapamento Kadron (que produz um ronco alto) e ele não teria ouvido a ordem dos policiais, além da localidade ser bastante escura. Marcus disse, ainda, por meio do seu advogado, que é habilitado e que não havia razões para ignorar a blitz.
Após deixar o amigo, Marcus foi abordado por outra blitz próximo à Casa de Detenção de Maceió, o Cadeião, quando policiais militares o interpelaram se ele teria furado o bloqueio no Santos Dumont. Em seu depoimento, músico disse ter parado na segunda blitz e contado tudo que havia acontecido.
O advogado de Marcus Brandão negou, ainda, a versão da família de Johnny Pino, de que o jovem teria sido derrubado da motocicleta e executado. Segundo o advogado, Johnny foi derrubado após ser atingido pelo disparo da submetralhadora 9mm da Polícia Militar de Alagoas, que deverá ser periciada.
O delegado Waldor Coimbra Lou disse que não próxima terça-feira, 3 de junho, os três policiais militares que integravam a guarnição – um capitão e dois soldados - prestarão depoimento à Polícia Civil. O depoimento de Marcus Brandão foi acompanhado pelo tio da vítima, James Richard, que informou que sua família irá processar o Estado.
com alagoas24horas // cláudia galvão e flávia duarte