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gilson monteiro
O apagão que atingiu Alagoas e mais sete estados do Nordeste em agosto deste ano pode se repetir em breve, caso a matriz energética da região nordeste não seja ampliada urgentemente. O alerta é da Eletronuclear, empresa brasileira de fornecimento de energia termonuclear, que permanece com planos de expandir o programa nuclear brasileiro, e tem o nordeste em seus planos.
Segundo o coordenador regional no nordeste da Eletronuclear, Carlos Henrique da Costa Marins, Alagoas está apta a abrigar uma das 6 centrais nucleares previstas para o nordeste. O Estado “passou” pela primeira etapa de estudos, que incluiu a identificação dos sítios, como são chamados os locais adequados para a instalação do projeto.
“Na primeira etapa foram identificados os sítios com base em estudos de temperatura da água, direção do vento e estudo do solo. E Alagoas é um dos estados aptos para a instalação de centrais nucleares, assim como estão aptos também os estados de Pernambuco, Sergipe e Bahia”, garantiu Marins ao TNH1.
Em território alagoano, a central nuclear, se concretizada, seria instalada nas proximidades da cidade de Piranhas, na divisa com o estado vizinho de Sergipe. A próxima etapa, explica o coordenador da Eletronuclear, é a de avaliação do “layout”, ou seja, o desenho das áreas identificadas como adequadas aos planos nucleares do governo federal.
“Tivemos um apagão este ano, mas da forma como as coisas caminham, com os reservatórios, como o de sobradinho, no limite, as coisas podem piorar. E a energia nuclear seria a grande saída. Esse tipo de energia tem baixo custo e ampliaria a base energética do Brasil”, avalia o coordenador.
Seis usinas no nordeste
Carlos Henrique Marins pondera que o governo federal precisa acelerar o projeto nuclear. Enquanto não há uma decisão, o projeto, “no papel”, prevê a construção de 2 usinas no nordeste até 2030, e mais 4 até 2040.
“Infelizmente estamos atrasados com relação à energia nuclear. O governo precisa acelerar isso. Em alguns países esse tipo de programa tem avançado muito. Mas enquanto isso a Eletronuclear prossegue com os estudos, obedecendo seus cronograma”, diz Marins.
O coordenador explica ainda que a instalação de usinas nucleares obedecem a uma série de etapas obrigatórias. “Primeiros temos várias etapas a obedecer, como o estudo de impacto ambiental, e também um amplo debate com a população, em audiências públicas onde são ouvidos os diversos segmentos da sociedade”, explicou.
Polêmica
A Eletronuclear traz em seu portal na internet uma lista de vantagens da geração da energia nuclear: “A maior vantagem ambiental da geração elétrica através de usinas nucleares é a não utilização de combustíveis fósseis, evitando o lançamento na atmosfera dos gases responsáveis pelo aumento do aquecimento global e outros produtos tóxicos. Usinas nucleares ocupam áreas relativamente pequenas, podem ser instaladas próximas aos centros consumidores e não dependem de fatores climáticos (chuva, vento, etc.) para o seu funcionamento”, diz o texto da empresa.
Mas fora dos muros da Eletronuclear, esse tipo de energia é abominada por parte da população, principalmente entre os ambientalistas. O receio na produção desse tipo de energia ainda é muito forte, carregando o fantasma do acidente nuclear de Chernobil , em 1986, que emitiu 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima.