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27/04/2008 00:00:00

Economia

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A escalada nos preços do arroz, produto que já subiu 15% nos últimos 30 dias em São Paulo por conta das notícias de escassez no mercado mundial, vai prejudicar principalmente as famílias de baixa renda, que ganham até seis salários mínimos, de acordo com a chefe-geral da unidade de arroz e feijão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Beatriz da Silveira Pinheiro.

Segundo um estudo da Embrapa feito a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso ocorre porque, à medida que passam a receber mais, as famílias de baixa renda passam a consumir mais arroz e feijão. Para quem ganha acima disso, acontece a substituição deste produto por outros alimentos.

 Renda e consumo

Na comparação das pesquisas feitas em 1995-1996 e em 2002-2003, o consumo de arroz na baixa renda cresceu de 20 para 38 quilos anuais. Já nas famílias com renda superior a 15 salários mínimos, o consumo individual de arroz caiu de 25 para 20 quilos em igual período. A nova POF completa está sendo realizada pelo IBGE, e o período de coleta vai até setembro de 2008.

Apesar de o estudo ser relativamente antigo, a pesquisadora diz que o público beneficiado por programas sociais como o Bolsa-Família desde 2003 - ano de início do governo Lula - pode ser considerado como exemplo do público que passou a consumir mais arroz graças ao aumento da renda. Esse público, segundo Beatriz, é "ávido por arroz e feijão".

Como existem duas tendências em relação ao consumo, a demanda interna por arroz cresce a patamares relativamente baixos. Desde 1999, o consumo brasileiro cresceu de 11,85 milhões para 13,1 milhões de toneladas anuais - uma alta de 10,5%. Nos últimos três anos, como mostram os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo acompanhou a produção, mantendo-se praticamente estável.

com G1