Para quem não se lembra em quem votou na última eleição, um alerta: cada deputado eleito por Alagoas em outubro de 2004 custará, este ano, R$ 4,2 milhões aos cofres públicos. Na Câmara Municipal de Maceió, o montante é menor, mas também R$ 1.704.523,81.
Os dados são de um levantamento feito pela ONG Transparência Brasil, divulgado este mês, que contabiliza o orçamento das Casas Legislativas brasileiras. O dinheiro pago aos nossos parlamentares sairá dos bolsos da população que, em Alagoas, pagará R$ 37,34 por deputado. Já os custos de cada vereador de Maceió são mais altos porque é contabilizada apenas a população da capital alagoana; mesmo assim, o valor é o quinto mais caro do nordeste - R$ 39,91.
A ONG também calculou o valor pago pelo morador de Maceió que paga os custos dos deputados estaduais, dos vereadores e ainda o valor da Câmara dos Deputados (R$ 19,26 por habitante) e do Senado (R$ 15,02 por cidadão), o que soma R$ 111,52.
O montante pago em Alagoas é o 16º maior do Brasil, mas não chama atenção apenas por isso. O Estado também aparece como o quarto colocado no índice de deputados estaduais com processos criminais e/ou punidos pelo Tribunal de Contas.
De acordo com a ONG, o número de deputados nessas condições é de 44% em Alagoas, empatado com a Assembléia Legislativa de Paraíba, que perde apenas para a Assembléia de Goiás, Rondônia e Roraima.
Atualmente, mais de um terço dos deputados da Assembléia Legislativa de Alagoas estão afastados de suas funções políticas por determinação judicial. Eles foram indiciados pela Polícia Federal depois da Operação Taturana, acusados de envolvimento em uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa.
Entre os parlamentares afastados, seis integravam a Mesa Diretora da Casa Tavares Bastos – o presidente, Antônio Albuquerque; o primeiro secretário, Cícero Amélio; o segundo secretário, Nelito Gomes de Barros; o terceiro secretário, Edival Gaia Filho; o quarto secretário, Maurício Tavares; e o primeiro suplente, Dudu Albuquerque.
Também estão afastados os deputados Cícero Ferro (acusado de ser o autor intelectual do assassinato do vereador de Delmiro Gouveia, Fernando Aldo), Arthur Lira, Antônio Hollanda Júnior (afastado anteriormente pelo Tribunal Regional Eleitoral, por compra de votos), e Isnaldo Bulhões.
De acordo com a Polícia Federal, ainda estão indiciados por participação nos desvios de recursos da Assembléia os deputados João Beltrão (denunciado pelo Ministério Público por formação de quadrilha e pelo assassinato de Dimas Holanda) e Marcos Ferreira.
com tudonahora.com.br // elaine rodrigues