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severino carvalho
Maurício José dos Santos completou 10 anos na última quarta-feira (6). No dia do
aniversário dele, não houve bolo, não teve festa, tampouco presente. Na data em
que celebraria a vida, a criança encontrou a morte. Do melhor amigo, E.S., 14,
recebeu um tiro fulminante do calibre 36 na cabeça. Foi morto como bicho, por
uma espingarda de caça acionada por um animal racional. O crime aconteceu no
Assentamento Areias, zona rural de Porto de Pedras, e chocou a população do
pequeno município situado no Litoral Norte de Alagoas.
A arma pertence ao
pai de E.S., o trabalhador rural Genivaldo Antônio da Silva. Segundo a Polícia
Civil, os dois estão foragidos. A arma com o cartucho deflagrado foi encontrada
na casa onde ocorreu o crime. A moradia serve de ponto de apoio quando o
lavrador se dirige à parcela de terra para cultivá-la. Ele mora no povoado
Palmeira, assim como a vítima. A espingarda encontra-se apreendida na delegacia
municipal. O delegado de Porto Calvo, Rubens Cerqueira, que também responde pela
delegacia de Porto de Pedras, instaurou inquérito.
Maurício é filho de
pais separados e foi criado pelos avós: José Galdêncio, 68, e dona Cícera da
Conceição, 54. O casal está convencido de que a morte não ocorreu de forma
acidental. Para eles, E.S. puxou o gatilho com a intenção de matar. “Meu neto
foi achado com um tiro na cabeça, todo ensanguentado, num canto da casa, como
que querendo se defender”, afirmou o avô. “Isso não foi uma brincadeira. Se foi
brincadeira, foi de muito mau gosto”, completou a avó, revoltada e clamando por
justiça.