Interior

Tiroteio na festa de Santo Amaro, morte de dois traficantes e invasão do Fórum da cidade. Esses três acontecimentos estão tirando o sono da população de Paripueira que, nos primeiros dias de 2008, já convive com a guerra do tráfico que vem, há alguns anos, tomando conta do município. Três grupos lutam pelo domínio da venda de drogas na região, o que promete mais vítimas.

Oliveira, Tibério e Fio são os cabeças dos três grupos que disputam os pontos de droga. Membros das três facções já foram executados na guerra do tráfico em Paripueira. Claudionor Paulino da Silva, mais conhecido como Cau, e Amaro Santos Cordeiro, vulgo Lola, foram mortos, na madrugada do dia último dia 16, durante troca de tiros provavelmente com o grupo do Fio.

Fábio Rocha da Silva, o Fabinho, foi baleado, na mesma ocasião, e está internado na Unidade de Emergência Dr. Armando Lages, e não há informações se ele pertence ao grupo do Oliveira. Cau era foragido do sistema prisional. Ele escapou do presídio junto com Caetano.  

O italiano baleado na festa de Santo Amaro, e que ainda está internado na Unidade de Emergência, é apontado como “passador de fumo” por moradores, que preferem não se identificar. Ele, identificado como Diego e conhecido como Alemão na cidade, será ouvido pelos policiais de Paripueira assim que deixar a unidade hospitalar.

José Amaro de dos Santos, preso no último domingo, por estar com grande quantidade de maconha, é apontado como integrante do grupo do Fio. Ele, que está detido na delegacia de Paripueira, nega ser traficante, mas diz que já foi esfaqueado pelo Oliveira, apesar de afirmar não saber o motivo.

“Comprei a droga na Feira do Rato. Só conheço esse pessoal porque a minha mãe mora aqui e eles são da área”, garantiu José Amaro que, segundo moradores, pode ser o próximo a morrer. Edson, Imbigão, Neném e Escobola são alguns dos traficantes que já foram assassinados na luta pelo domínio da venda de drogas em Paripueira.

 

 

Um dos mais famosos pontos de venda e consumo de drogas em Paripueira é a Serraria, conhecida também como Iraquinho, em referência à violência existente no Iraque. Foi de lá que saíram Cau e Lola, antes de serem assassinados.

O local tem duas entradas, uma delas pela pista principal de Paripueira. Segundo um morador, existe um sítio, para onde os traficantes fogem quando percebem a aproximação da Polícia. Pela saída dos fundos da Serraria, eles conseguem chegar mais rápido ao sítio.

 

 

Ainda de acordo com moradores, o juiz da cidade, Josemir Pereira de Souza, e alguns policiais lotados em Paripueira teriam sido ameaçados pelos traficantes. O juiz nega a informação e diz que se houve ameaça, prefere acreditar que foi um boato ou mal entendido.

Sobre a invasão do Fórum, nos mesmos dia e horário em que Cau e Lola foram mortos, Souza coloca que o Instituto de Criminalística fez a perícia no local e constatou que nenhuma das armas foi roubada. Como forma de precaução, todo o armamento do Fórum foi levado para o Exército. Há suspeitas de que quem invadiu a sala do juiz no prédio tenha roubado alguns processos, mas a informação só poderá ser confirmada após ser feito um levantamento no local.