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Policiais estão atentos para evitar uma fuga em massa, a qualquer momento devido à superlotação na delegacia Regional de Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas. Quatro policiais se revezam para os plantões e assim controlar qualquer conflito envolvendo os presos. Policiais do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) também estão em alerta. No último domingo (11) um dos presos ficou gravemente queimado após uma confusão.
O tumulto envolveu os presos do módulo III que destruíram uma cama de concreto no intuito de evitar a entrada dos policiais. Os amotinados utilizaram barras de concreto e quatro sacos de areia colocados estrategicamente na frente do portão principal que dá acesso aos módulos.
De acordo com o chefe de operações da delegacia de Piranhas, de plantão na regional e conhecido pelo apelido de “Zé Lobinho”, a situação nesta segunda-feira (12) foi considerada tranquila, mas pode voltar a apresentar anormalidades a qualquer momento devido à superlotação e a falta de água no prédio. “Está tudo controlado, mas pode voltar a qualquer momento devido à falta de água. A temperatura ultrapassa os 40 graús dentro de cada cela”, disse o policial.
Confusão entre detentos
O jovem Ivanildo da Silva, 21, que já esteve preso durante 20 dias, retornou a delegacia na noite deste domingo, acusado de tentar matar a sogra. Ivanildo foi colocado no pátio devido a falta de espaço dentro das celas. Por pouco o retorno de Ivanildo não termina em morte. Ao encontrar um rival de nome André os dois começaram uma discussão que terminou numa tentativa de homicídio.
André é considerado pela Polícia como um elemento perigoso e teria sido ele quem liderou o motim do domingo. Ivanildo mais uma vez acabou provocando André, que com raiva jogou uma panela com água fervendo no rival que foi socorrido por policiais para a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, Agreste de Alagoas, com queimaduras de 1º, 2º e 3º graus pelo corpo.
“Ivanildo foi levado para um hospital especializado devido à gravidade das queimaduras”, explicou o policial.
Superlotação e falta de água
A delegacia tem capacidade apenas para 20 presos, divididos em seis celas. Atualmente o número triplicou e 56 presos se amontoam em cinco celas já que uma delas foi adaptada para mulheres. A situação é considerada pelos familiares dos presos de extrema calamidade.
Em duas das celas, não existem banheiros e os presos são obrigados a fazerem suas necessidades fisiológicas dentro de baldes, ou até mesmo, em sacolas plásticas que são jogadas no pátio e recolhidas por policiais de plantão.
O banho não está existindo devido à falta de água. Na manhã desta segunda-feira (12), um caminhão pipa da Casal abasteceu a delegacia, mas a quantidade do líquido não atendeu as necessidades de todos e a água voltou a faltar durante a tarde, irritando mais uma vez a população carcerária.
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