“O que podemos fazer? Estamos perplexos com o que está acontecendo”. A declaração é do arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antonio Muniz, ao falar sobre o assassinato de mais um morador de rua, crime ocorrido nesse sábado. “Há tempo que falo sobre essa situação e nada mudou”, completou o religioso.
Dom Antonio Muniz lembrou que José Luís da Conceição, de 22 anos, assassinado com um tiro na cabeça, em trecho da Ladeira Geraldo Melo, no bairro do Farol, tinha saído há pouco tempo de um encontro religioso. “Mataram três que participavam dos trabalhos da Catedral. São situações que causam grande perplexidade”, disse Dom Antonio.
José Luís foi abordado por um homem armado que estava numa motocicleta. Somente em 2010, mais de 30 moradores de rua foram assassinados em Maceió, casos que repercutiram nacionalmente.
Segundo o arcebispo, nos últimos dois anos foram mortos mais de cinquenta sem-teto. Ele lembrou ainda dos casos de homossexuais assassinados em Alagoas, dezessete somente este ano, de acordo com informações do Grupo Gay de Alagoas (GGAL).
Dom Muniz evitou fazer críticas ao comando da secretaria de Defesa Social, mas lembrou que há muito tempo cobra das autoridades da segurança pública de Alagoas a elucidação dos homicídios. “Já falei sobre isso até nacionalmente e nada aconteceu”.
A Gazetaweb conversou com o delegado José Sales, titular do 6º Distrito Policial (DP), responsável pela investigação dos dois últimos casos de assassinato de homossexuais. Será da sua responsabilidade apurar a morte do historiador Ezequias Rocha Rêgo e do professor Aldson Fernando Gomes de Lima - vítimas esfaqueadas até a morte - crimes ocorridos respectivamente nos dias 11 e 18 deste mês. Ele disse que assumiu a delegacia há pouco tempo, não tomou conhecimento dos inquéritos e que na quarta-feira, dia 23, deve pegar informações.
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regina carvalho
