 
                                            Com paredes à prova de fuzil, grades resistentes e trancamento no teto, o módulo de segurança inaugurado nesta quinta-feira (17) no sistema prisional alagoano promete dificultar as possibilidades de fuga dos novos ocupantes. O secretário de Defesa Social, Dário César, declarou que ‘a única forma do preso fugir é se o agente entregar as chaves para ele’. 
O módulo de segurança máxima, que está instalado ao lado do sistema prisional, veio pré-fabricado do Rio Grande do Sul e, segundo o secretário, deve compor 96 presos, todos alagoanos. “Não vamos receber presos de outros estados e, entre os alagoanos, apenas os considerados mais perigosos. Ainda estamos avaliando quem deve ocupar essas celas e preferimos até não falar agora, para evitar animosidade por parte dos presos”, explicou. 
A característica de ser segurança máxima, segundo o secretário, também diminui o número de agentes necessários. “Nessa unidade, é necessário apenas um terço do contingente de agentes penitenciários em relação a um presídio considerado normal”, explicou. “Ele foi concebido para evitar ao máximo o relacionamento entre agentes e detentos. Aumenta a segurança para os dois”. O secretário acrescentou que foram investidos R$ 2,5 milhões para as novas celas. 
Os investimentos em grades, prisões e presídios só devem aumentar. Ainda segundo Dário César, o Governo Federal viabilizou R$ 17 milhões para construção de outras unidades, incluindo um novo presídio feminino. “Queremos enxertar mais 449 vagas. A previsão é de que as obras comecem ainda no início de 2012. Tínhamos um recurso federal contigenciado em Brasília, desde 2008, e só agora o Governo do Estado conseguiu a liberação”, esclareceu. 
Ao ser questionado a respeito da aprovação do projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado que estabelece a convocação de 800 policiais de reserva. “Eles devem ser designados para várias funções. Vamos retirar alguns do setor administrativo para a atividade ofensiva, porque também há muitos policiais que estão bem fisicamente mas ficam tomando conta do quartel. Estes precisam ser remanejados”, acrescentou. 
Concurso público
Mesmo com o remanejamento, a situação desses 800 policiais não deve ser fixa, segundo o secretário, que lembrou da iminência do concurso público. “Eles ficarão nessas funções por, no máximo, dois anos, enquanto não ocorre o concurso”, relatou. Segundo Dário Cesar, o processo do concurso está atualmente na Secretaria da Fazenda do Estado. “O Governo vai convocar pessoas conforme capacidade de absorção, mesmo porque o Estado ainda esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal”, alegou. 
Fugitivos da Rocinha
Nessa quarta-feira (16), o vereador Silvio Camelo usou a tribuna para mencionar a ocupação na Favela da Rocinha e conseqüente fuga de traficantes para Alagoas. Para Dário Cesar, no entanto, a preocupação não deve ser tão grande. “A polícia está atenta e já estamos desencadeando a Operação Divisa Alagoas, onde reforçamos a fiscalização das blitze”, relatou. 
“Entretanto, há ainda uma outra questão. O Nem, traficante que foi preso no Rio, movimentava milhões ao ano. Aqui em Alagoas não há mercado para tal. O que mais prendemos são traficantes com 10 pedrinhas de crack e R$ 20 no bolso”.
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