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29/10/2011 13:42:53

Violência preocupa autoridades da região do Vale do Paraíba

Violência preocupa autoridades da região do Vale do Paraíba
Paulo Jacinto: violência aumento 500%

Depois de registrar um aumento de 500% no número de homicídios este ano, o prefeito de Paulo Jacinto, Marcos Lisboa, tomou uma decisão muito difícil: suspendeu todas as festas noturnas da emancipação política da cidade, que acontece no dia 2 de dezembro. Em 2010, foram duas mortes. Este ano já são 12 assassinatos, contando com os dois últimos registrados na semana passada, quando Márcio Lopes da Silva e Adolfo Manoel dos Santos foram mortos à tiros. A explosão da violência fez com que o prefeito Marcos Lisboa (PSB) criticasse a administração da segurança pública estadual e cobrasse do governador Teotonio Vilela Filho um aumento no efetivo policial do município.

 

“Não temos como garantir que mais pessoas venham morrer durante as festas. Queremos a paz em nossa cidade. Falta segurança, falta efetivo”, afirmou, recebendo o imediato apoio do deputado estadual Sérgio Toledo (PDT). “É necessário que estes criminosos sejam identificados e presos para que os atos de violência parem imediatamente. A polícia já conseguiu identificar os pontos de drogas, mas devido ao pequeno contingente de militares não há condições de solucionar o problema. Por isso peço que o governo e os órgãos de segurança pública tomem uma atitude para que Paulo Jacinto volte a ser uma cidade tranquila”, disse o prefeito. “Não temos como ter festa sem aumento imediato do efetivo da PM e da Polícia Civil, iremos realizar apenas os desfiles e as inaugurações”, assegurou.

 

Ainda de acordo com o prefeito, sua maior preocupação é a falta de investigação “estão acontecendo crimes e ninguém vai preso, não vejo nenhuma busca e apreensão, vejo apenas a geração da impunidade”.

 

O deputado estadual Sérgio Toledo, representante da região na Assembleia Legislativa, lamentou a falta de segurança e o aumento de violência no Estado. “Tenho visto uma situação muito preocupante. Os altos índices de violência só eram registrados no Rio de Janeiro e São Paulo, hoje vemos que a violência em Alagoas é tão grave que começa a atingir municípios pacatos como Paulo Jacinto. Já estive com o secretário de Defesa Social e solicitei que providências fossem tomadas, uma vez que já foram identificados os problemas para o aumento da violência, como os pontos de venda e consumo de drogas, a falta de contingente da PM e a ausência do serviço de investigação, uma vez que o delegado trabalha em outros três municípios”, enfatizou Toledo.

 

Para o delegado Abelardo Leopoldino, o caso de Paulo Jacinto não é um fato isolado, uma vez que na segurança pública é percebido o aumento da criminalidade. Só que em paralelo, os efetivos da Polícia Civil e Militar não crescem na mesma proporção. “O governador até tem dado sua contribuição, mas infelizmente a criminalidade cresceu desenfreadamente. Hoje é Paulo Jacinto, amanhã a violência atinge outro município pequeno e pacato. A segurança pública não é resolvida da noite para o dia, precisamos de mais investimentos para colher os bons resultados no futuro. Alagoas se acomodou por sempre ter sido um Estado tranquilo, não realizando investimentos no passado. Hoje sofremos essa consequência”, enfatizou o delegado, que acumula o município com o trabalho na cidade de Chã Preta.

 

Explosão da violência deixou Estado refém do medo

 

Com o aumento da violência no município, a população esta com medo de ficar nas portas de suas casas como de costume. Os moradores se dizem preocupados com a explosão de crimes, uma vez que a cidade começa a sofrer com assaltos à mão armada, como foi o caso da estudante, Rayssa Araújo, que teve seu celular levado por bandidos. “Estava na praça do Ginásio, eu e mais algumas amigas, quando apareceu um homem em uma moto pedindo uma informação, quando vimos ele puxou uma arma e levou meu celular. Fiquei assustada, pois nunca tinha visto isso na cidade”, disse a estudante.

 

Já para Maria do Socorro Lopes, mãe da vítima Márcio Lopes da Silva, a cidade começa a mostrar a insegurança dos grandes centros urbanos. “Estou muito triste com a morte do meu filho, ele era um rapaz calmo, nunca o vi envolvido em brigas, nem intrigas com ninguém. Hoje fico com medo que possa acontecer mais alguma coisa”, disse Maria Lopes.

 

Para Marciel Barbosa, a cidade esta chocada com o aumento da criminalidade. “A população está assustada, traumatizada com os últimos acontecimentos, com a insegurança e com a violência crescente. Os adolescentes começam a partir para o mundo das drogas e da prostituição. Precisam nos mobilizar”, alertou.

A violência vem crescendo a despeito dos esforços e das limitadas condições das autoridades para contê-las, uma vez que a Polícia Militar trabalha com um contingente de apenas quatro homens em Paulo Jacinto. Já a Polícia Civil se reveza com seis homens para atender as investigações do município, sendo que o delegado precisa acumular duas delegacias.

 

Para o chefe de serviço, Eduardo Marques, faltam policiais para atender a demanda de crimes que vem ocorrendo no município. “Não temos como investigar com maior agilidade uma vez que não temos efetivo suficiente para trabalhar, mas estamos fazendo nosso trabalho, todas as partes serão ouvidas para elucidar o crime ocorrido no último final de semana, e até 30 dias estamos entregando o inquérito a promotoria”, disse Marques.

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ascom