Manoel Cavalcante é julgado pela morte do ex-cabo Gonçalves

Teve inicio na manhã desta terça-feira(25), o julgamento do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante e o do soldado Marcos Cavalcante, ambos são acusados pela morte do ex-cabo Gonçalves, ocorrida em meados ao de 1996, no posto de combustível Veloz, na Avenida Menino Marcelo, antiga Via Expressa, na parte alta de Maceió.

O fato que mais chamou atenção na abertura do julgamento foi o abraço que a irmã da vítima deu no acusado, Manoel Cavalcante e disse que o perdoaria pelo crime cometido.

Durante a oitiva comandada pelo juiz Mauricio Brêda, Ana Maria Valença afirmou tudo que já tinha dito em juízo desde o início do processo e afirmou que hoje é um dia histórico pelo fato de vários crimes terem ficado impunes em Alagoas.

“Eu já sou uma pessoa vitoriosa por estar aqui frente a frente com o Cavalcante, uma pessoa bastante temerosa sendo julgado por um crime praticado contra um coitado que estava no momento da morte, apenas com um revólver, calibre 38 entre as pernas”, disse a irmã da vítima bastante emocionada.

Ana Maria disse ainda que sofreu algumas ameaças, perseguições e que teve a residência invadida por vários homens que fazia parte do grupo do ex-tenente-coronel Cavalcante no dia em que estava velando o corpo do irmão.

O ex-oficial revelou durante alguns depoimentos que os deputados João Beltrão, Antônio Albuquerque e o ex-deputado federal e delegado Francisco Tenório foram os autores intelectuais do crime. Segundo os autos do processo, o crime foi planejado em uma fazenda do deputado estadual Antônio Albuquerque, no município de Limoeiro de Anadia.

No local o julgamento é considerado bastante tranquilo, pois a movimentação de poucas pessoas no local e com uma presença considerável pelos profissionais da imprensa e estudantes do curso de direito.

Manoel Cavalcante é acusado de chefiar a gangue fardada na década de 90-uma quadrilha composta por policiais militares e civis, responsáveis por vários crimes de pistolagens, roubos, desmanches de carros e assaltos.
 

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eduardo cardeal