Médico alagoano prescreve emagrecedor além da conta

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, vem monitorando desde 2009 os médicos que mais prescrevem inibidores de apetite do Brasil. Entre eles está um médico alagoano, que figura na lista dos 10 profissionais que mais prescrevem o tipo de medicamento.

De acordo com Fernando Pedrosa, presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), ele recebeu a denúncia da Anvisa de que um médico de Alagoas se destacava como um dos grandes prescritores de medicamentos anorexígenos, utilizados em tratamento de obesidades. “Avaliamos a denuncia e abrimos sindicância. O caso ainda está sob investigação e se houver indícios de infração será instalado um processo e as punições variam de advertência confidencial à cassação do registro profissional”, explica o presidente do Cremal.

Segundo Pedrosa, esse profissional estaria prescrevendo inibidores de apetite muitas vezes acima do aceitável.

CANCELAMENTO

Ontem, a Anvisa cancelou os registros de três medicamentos do tipo anfetamínico, proibindo o uso, a comercialização e a produção do femproporex, mazindol e anfepramona, que serão retirados do mercado em 60 dias. “Durante esse prazo, as farmácias ainda podem comercializar esses produtos, mas após os 60 dias os estabelecimentos que forem flagrados vendendo esses medicamentos estarão sujeitos à multa que varia de R$ 2 mil a R$ 1 milhão e meio, informa a gerente de medicamentos e drogas da Vigilância Sanitária de Alagoas, Ianara Acioli Melo. “Esse é o prazo dado também aos médicos para que eles adequem o tratamento de seus pacientes”, completa.

A proibição não se estende à sibutramina, mas a Anvisa restringe a sua comercialização. De acordo com Ianara, os médicos devem reduzir o tempo de tratamento com o medicamento, podendo apenas receitar a sibutramina para uso de 30 dias. Antes o limite era de 60 dias. “Caso o paciente não perca peso após os 30 dias de tratamento, o uso do medicamento deve ser suspenso e o tratamento descontinuado”, esclarece Ianara Acioli. “A sibutramina vai ficar em monitoramento durante 12 meses”, acrescenta.

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andrezza tavares