"Um trabalho de formiguinha". É assim que a secretária-geral da Cruz Vermelha, Sônia Freitas, define o trabalho da entidade, que há 60 anos atua no estado. Com uma equipe de 16 funcionários, a organização atende algumas comunidades carentes em Maceió, seja através de doações ou de cursos de aperfeiçoamento.
Freitas, que é assistente social, disse que a entidade trabalha com quatro programas básicos: saúde comunitária, gestão em desastres naturais, juventude e voluntariado e programas comunitários. “Nós vamos até a comunidade e fazemos um levantamento de suas carências. Levamos doações que recebemos e também levamos informações sobre direitos. Fazemos um trabalho de conscientização”, disse ela citando a comunidade Engenho, localizada no Povoado Pescaria, que há três anos não tinha energia elétrica. “Entramos em contato com a Eletrobrás e solicitamos, através do Programa Luz para Todos, instalações elétricas naquela localidade”.
Jovem aprendiz – faltam parceiros
Um dos projetos que está em andamento na Cruz Vermelha é o Programa Jovem Aprendiz, que consiste na capacitação de adolescentes, entre 14 a 18 anos, que têm oportunidade de estagiar em órgãos parceiros durante meio período. A presidenta da entidade, Maria Helena Russo Lessa, disse que atualmente há convênio apenas com o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) e com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
“São 25 jovens trabalhando na Sefaz e 20 no TJ. A cada 15 dias eles têm cursos de aperfeiçoamento aqui relacionados a vários temas, como redação comercial, drogas, doenças sexualmente transmissíveis. E são sempre acompanhados por nosso pessoal que procuram saber como eles estão indo na escola”.
Maria Helena diz que, além dos 45 participantes, há uma lista de inscritos de 400 jovens, que estão na lista de espera. “Todos são muito carentes. Na hora de escolher quem vai participar é difícil. Se tivéssemos mais parceiros seria excelente”. Os jovens aprendizes recebem um salário mínimo, sendo que, por mês, recebem apenas a metade. A outra parte é restituída quando termina o contrato de dois anos, como forma de indenização.
O estudante Bruno Alves, 13 anos, é um dos participantes do Programa. Ele conta que são bastante proveitosos os treinamentos que recebe na Cruz Vermelha. “Eu aprendo muitas coisas que vão servir para o meu futuro”. De manhã, ele está na escola cursando o 8º ano; à tarde, Bruno, é auxiliar de escritório no TJ/AL. “Com o dinheiro que recebo pago a minha escola”, disse com satisfação.
A presidenta ressalta que a marca da Cruz Vermelha é o voluntariado e que, em Alagoas, há carência de voluntários. “Ter voluntário que trabalhe todos os dias é complicado. Estamos até com algumas causas trabalhistas devido a isso. O que precisamos é de pessoas para dá palestras e cursos, como de línguas e informática. Estamos precisando de assistentes sociais, psicólogos, professores de informática”, lista Maria Helena.
Um dos projetos da entidade é de ministrar aulas de informática, mas para isso, é necessário, além de um professor, os computadores. “Precisamos de doações de computadores, mas que esteja em bom uso. Também seria muito bom se conseguíssemos professores de inglês, espanhol e música”.
Curso de primeiros socorros
No próximo dia 17, a entidade realizará um curso de primeiros socorros, que será ministrado por bombeiros civis. No conteúdo programático estão inclusos: abordagem de vítimas (AVDI), análise primária, quedas, desmaios, convulsões, tipos de hemorragias, animais peçonhentos, acidentes na estrada, acidentes no campo, parada cardiorrespiratória (RCP), análise secundária, acidentes com objetos perfurocortantes, queimaduras e manobras contra engasgos.
O curso acontece de 17 a 21 de outubro, na sede da Cruz Vermelha, localizada na Avenida Comendador Gustavo Paiva, Mangabeiras, das 8 às 12h. A inscrição custa R$ 40. Qualquer pessoa poderá participar. As vagas são limitadas.
Informações sobre o curso, como ser voluntário ou doações, ligue 3325-2430.
primeiraedição //
marcela oliveira