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Geral
03/10/2011 10:52:40

Salário de R$ 8 mil e despesas pagas não atraem médicos para o PSF

Salário de R$ 8 mil e despesas pagas não atraem médicos para o PSF
Ilustração

A carência de médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) está levando municípios do interior de Alagoas a fazerem um apelo através de anúncios em classificados de jornais para contratar profissionais da área. Mesmo com salários que chegam a R$ 8 mil mais benefícios que incluem todas as despesas pagas, não há interessados nas vagas oferecidas no interior.

 

O secretário de Saúde de Junqueiro, Carlos Augusto Lima de Almeida, colocou seu telefone pessoal num anúncio e disse que apenas dois médicos ligaram para perguntar o salário. "Quando falei que era R$ 8 mil, eles disseram que não interessava e desligaram sem nem querer saber as outras condições", lamentou.

 

Carlos Augusto afirmou que, se as coisas continuarem como estão, vai haver uma paralisação do PSF no interior. "Não há como pagar o salário de R$ 18 mil exigidos pelo médicos, já que a União paga apenas R$ 10 mil por equipe, valor que não é apenas para o salário do médico. Com este montante temos de custear a manutenção do posto e dos equipamentos. O estado entra apenas com R$ 1 mil. Hoje, o município gasta R$ 28 mil por equipe, ou seja, arca com R$ 17 mil", explicou o secretário.

 

Além do salário de R$ 8 mil, os municípios oferecem transporte diário para levar os médicos para o interior, moradia para os que desejarem ficar na cidade e até alimentação. "Não temos mais o que fazer para atrair os profissionais, só não podemos pagar um salário de R$ 18 mil sem que haja um aumento no financiamento por parte da União", alegou Carlos Augusto.

 

Nesta segunda-feira (3), os médicos do PSF do interior decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado, cobrando um salário de R$ 18 mil. A paralisação abrange 54 municípios da regional metropolitana, assim como os profissionais da regional do Agreste e do Sertão, que inclui mais 47 cidades.

 

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, os médicos querem receber um salário que se equipare às 40 horas semanais exigidas pela legislação. “Assim que o PSF foi lançado, um médico ganhava 30 salários mínimos. Hoje o salário está na média de R$ 5 mil”, lamentou.

 

Galvão disse ainda que, se os municípios quiserem ter médicos, terão que melhorar as condições de salário.


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sidney tenório