“Dizem que ela existe para ajudar, dizem que ela existe para proteger. Eu sei que ela pode te parar, eu sei que ela pode te prender...” Em 1986, o Brasil tinha acabado de sair do regime militar e as rádios daquela época ainda receavam em tocar o hit Polícia, da banda de rock nacional Titãs. Quase três décadas depois, ainda não se tem certeza de que lado está a polícia.
Um exemplo disso é o número de crimes envolvendo policiais militares que insistem em envergonhar a sociedade. Na Corregedoria-Geral da PM, aumentou o número de processos para apurar denúncias contra militares de, digamos, conduta duvidosa. De acordo com dados cedidos pela própria Corregedoria, o número de sindicâncias instauradas em 2011 cresceu 25% em relação ao ano passado. Até o primeiro semestre de 2010 foram abertas 150 sindicâncias. No mesmo período de 2011 já havia 187 novos processos.
Casos envolvendo assassinatos são maiores no interior
ANADIA
O mais recente foi o caso do vereador de Anadia, Luiz Ferreira de Souza, assassinado no último dia 3. Segundo a polícia, a prefeita daquele município, Sânia Teresa Palmeira, teria encomendado a morte do vereador por motivos políticos. Ele foi assassinado com 13 tiros em emboscada montada na rodovia AL-450.
A polícia tem como linha de investigação o crime de mando. Prática, infelizmente, ainda comum nos confins do mundo. De acordo com as investigações preliminares, o primo da prefeita Sânia Tereza, Cláudio Magalhães, que é policial militar, teria sido o autor dos disparos que vitimaram Luiz Ferreira. Ele foi detido e, suspeito de ter sido o autor material do assassinato, está sendo investigado.
ARAPIRACA
São vários os motivos que levam um militar, que deveria cuidar da integridade da população, a cometer crimes, alguns deles, de uma violência impensada. Foi o caso do cabo da Polícia Militar, José Cabral do Nascimento, 49, que incendiou a casa onde vivia com a esposa em Arapiraca, a professora Claudenice Bezerra Pimental, 40, e a enteada de 15 anos.
À época, a adolescente foi hospitalizada com queimaduras e marcas de estrangulamento. A sua mãe, porém, morreu carbonizada. O cabo Nascimento foi preso e autuado em flagrante por homicídio qualificado e tentativa de homicídio da enteada.
Presídio militar fica superlotado
Outro assassinato envolvendo um militar, dessa vez em União dos Palmares, chocou a população no dia 14 de agosto, menos pela barbárie que pela banalidade que ocasionou o crime. Após uma discussão em um bar no centro da cidade, o pai do brigalhão, um sargento da Polícia Militar, teria tomado as dores do filho e ido prestar contas com o desafeto do rebento.
Danilo Ferreira Medeiros havia se desentendido com Cristiano Ávila Vilela, enquanto bebiam no centro de União dos Palmares. Por volta das 23 horas, momentos depois da confusão, Cristiano, que já estava na companhia do irmão, o taxista Milton Ávila Vilela, fora surpreendido por Danilo, que chegou com o irmão e o pai, José Adênio Ferreira Medeiros, sargento do 2º BPM. Armado, o sargento teria obrigado os irmãos a descerem do carro.
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cau rodrigues