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Municípios
21/09/2011 23:19:28

Prefeito de Traipu usava câmeras para intimidar população

Prefeito de Traipu usava câmeras para intimidar população
Câmeras estavam instaladas em portal

Quem já foi a Traipu estranhou o imenso portal construído na entrada da área urbana e a presença de câmeras de vídeo instaladas em diversos pontos da cidade do Baixo São Francisco. O videomonitoramento e a presença de seguranças armados no portal foram uma criação, para uso próprio, do prefeito Marcos Santos, foragido da Justiça Federal e Estadual desde ontem (20) por improbidade administrativa e crimes contra a administração pública.

 

O prefeito controlava, de sua casa, as câmeras de vídeo. As imagens eram transmitidas para ele, que as usava para suas próprias conveniências. Segundo as investigações da Operação Tabanga, uma dessas conveniências do prefeito era intimidar e coagir a população, até quando os cidadãos estavam na rua.

 

A justificativa dada pelo prefeito aos moradores de Traipu para a implantação do forte esquema de vigilância é a ampliação da segurança e o combate à violência na cidade. Porém, o que as investigações da Justiça Federal mostram é bem diferente da intenção manifestada pelo prefeito. Marcos Santos é acusado de usar intimidação e controle da população não só por meio da ameaça de violência propriamente dita, mas também por meio da captação de imagens das ruas e prédios públicos.

 

O monitoramento pelas câmeras de vídeo, espalhadas em vários pontos da área urbana de Traipu, é feito 24 horas por dia. As imagens captadas pelas câmeras são assistidas e controladas da própria casa do prefeito, segundo as investigações que resultaram na ação cautelar proposta pelo Ministério Público Federal (MPF/AL).

 

Além do uso do controle por meio das imagens, o prefeito é acusado de monitorar por meio de “capangas” a entrada e saída das pessoas, que, segundo a Justiça Federal, têm que se identificar antes de passar pelo portal e entrar na cidade.

 

As investigações também apontam que Marcos Santos colocou seguranças nas escolas e outros órgãos municipais para impedir a entrada de adversários políticos, no caso, os vereadores de oposição.

 

Marcos Santos é réu, junto com a sua esposa Juliane Kummer e mais 15 pessoas, numa ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa e crimes contra a administração pública. A quadrilha é acusada de desviar mais de R$ 8 milhões em verbas federais do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb) e Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE).