Com tudonahora // flávia batista
O destino da greve dos Correios vai ser decidido numa assembleia marcada para acontecer a partir das 16 horas, desta segunda-feira (19), em Brasília, onde representantes dos sindicatos dos servidores da empresa se reúnem com a direção nacional da Empresa de Correios e Telégrafo. Caso a negociação avance e, pelo menos parte do pleito dos grevistas for atendida, as agências de todo País podem voltar ao funcionamento já nesta terça-feira (20).
Para já, com quatro dias de greve, o prejuízo se acumula nos galpões estabelecidos em Alagoas. Os cerca de 250 mil volumes que são movimentados todos os dias pelos Correios no Estado são operacionalizados por um contingente de apenas 120 pessoas entre trabalhadores terceirizados e servidores do administrativo desviados de suas funções.
Entretanto, o prejuízo é menor do que se poderia estimar, segundo avaliação da própria empresa, já que alguns serviços como o Sedex tem 90% de entrega realizada e o malote tem 100%. O serviço mais afetado, entretanto é a distribuição das encomendas normais, que contabiliza 85% de atraso. “O volume de objetos diminuiu, até porque a greve é nacional, então temos uma redução dos 250 mil objetos movimentados. Além disso, temos 30% dos carteiros na ativa e entregando as correspondências”, afirmou Carlos Gonçalves, assessor da empresa.
Nem o próprio Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect-AL) sabe exatamente o quanto se deixou de entregar de correspondência em Alagoas, já que 30% dos serviços da empresa estão mantidos. “Temos adesão de 70% da área operacional, o que já nos deixa muito satisfeitos. Mas não dá para contabilizar o quanto de encomenda deixou de ser entregue”, afirmou o presidente do sindicato, José Balbino.
Ele explica que, mesmo em atividade normal, muitas correspondências atrasam, porque o efetivo de funcionários dos Correios não corresponde às necessidades do Estado. “Com apenas 30% do operacional em atividade, o atraso na entrega é grande. Mesmo com a contratação de terceirizados o serviço não anda muito, porque eles não têm a mesma experiência que os carteiros”, defendeu José Balbino.
A paralisação, entretanto, pode ter um desfecho favorável para a população e para os funcionários dos Correios depois da assembleia que o Comando Nacional de Greve tem com a direção nacional da Empresa, a partir das 16h, já que os servidores podem decidir pelo retorno imediato às atividades.
Após as negociações em Brasília, o Sintect-AL se reúne para traçar os próximos passos e, até o retorno às atividades já amanhã.