Nos seis primeiros meses de 2011 Alagoas registrou 171 mortes no trânsito

Com tudonahora // josenildo torres

O feriadão da Emancipação Política de Alagoas começou com o registro de cinco mortes nas estradas do Estado, comprovando o que o Ministério da Saúde (MS) já detectou: a violência nas rodovias locais representa a segunda causa de mortes por consequências externas. Para se ter ideia deste problema de saúde pública, o DataSUS aponta que 171 alagoanos perderam a vida nas estradas alagoanas durante o período de janeiro a junho deste ano.

Destas mortes, 56 ocorreram em Maceió, 24 em Arapiraca, 10 em São Miguel dos Campos e cinco em Coruripe. Ainda de acordo com o DataSUS, de 2006 até junho deste ano, 3.484 pessoas morreram em Alagoas vítimas de acidentes de trânsito, sendo 580 em 2006, 669 em 2007, 599 em 2008, 666 em 2009 e 798 em 2010, representando números alarmantes, segundo o coordenador do Comitê Estadual para a Redução da Mortalidade por Acidentes de Trânsito, Eloy Yanes.

“O número de mortes é muito alto e poderiam ser evitadas se as pessoas seguissem as leis básicas do trânsito, como não dirigir ao beber, respeitar a faixa de trânsito, usar o cinto de segurança e fazer a revisão dos itens básicos dos veículos. Mas infelizmente parece que as pessoas imaginam que nunca irão passar por um acidente e, por isso, as mortes no trânsito só aumentam”, salienta Eloi Yanes.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1,3 milhão pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito, representando mais de 3.500 óbitos por dia. Entre as mortes registradas por acidentes de trânsito nos seis primeiros meses deste ano, somente 32 ocorreram no Hospital Geral do Estado (HGE).

Aumento da frota

Na visão do coordenador do Comitê Estadual para a Redução da Mortalidade por Acidentes de Trânsito, o aumento do número de acidentes também é facilitado pelo aumento da frota de veículos no Estado. Crescimento que, segundo ele, tem relação direta com a melhoria do poder aquisitivo da população e as facilidades para se adquirir um automóvel.

Dados divulgados por Eloi Yanes revelam que, em 2006 eram 71.441 veículos trafegando nas rodovias alagoanas, mas esse número saltou para 206.347 no ano passado. Ainda de acordo com ele, para tratar as vítimas de acidentes, a cada ano o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de R$ 1,5 milhão.

Dinheiro que, na concepção de Eloi Yanes, poderia ser empregado em outras áreas cruciais, como educação, segurança e construção de unidades de saúde. “Esses recursos são gastos no tratamento curativo, que é mais caro que o preventivo. O problema é que muitas pessoas acabam morrendo e, grande parte delas, termina ficando com sequelas irreversíveis, necessitando de reabilitação”, observou.