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15/09/2011 21:30:20

Mais um Monumento Histórico é destruido em União: a vez é da Vila Magdala

Mais um Monumento Histórico é destruido em União: a vez é da Vila Magdala
Vila Magdala na década de 50

antonio aragão //

Aos poucos e sob o pretexto da abertura de filias de lojas que trarão “emprego para a comunidade”, o patrimônio histórico de União dos Palmares vai sendo destruído sem que nenhuma autoridade, historiador ou mesmo jornalistas da terra fale nada, colaborando desta forma para a obstrução de um acervo que por quase dois séculos testemunhou a vida da terra onde nasceu o poeta Jorge de Lima.

Nesta oportunidade, a bola da vez foi a construção do inicio do século XX conhecida como “Vila Magdala” no centro da cidade, que segundo se comenta, dará lugar a uma das lojas da multinacional Walmart (Bompreço) que teria adquirido o imóvel por um valor superior a 800 mil reais, após haver fechado uma loja aqui em União a cerca de 20 passados que funcionava na Praça Antenor Uchoa.

A transação inicialmente havia sido contestada pelo Prefeito Dr. Areski de Freitas no sentido de preservar o patrimônio histórico, mas que pelo que se pode observar atualmente, o silêncio do gestor se traduz em consentimento.

Pouquíssimos prédios ainda estão em pé, a exemplo da antiga residência do administrador do Fomento Agrícola (descaracterizada por uma reforma recente) o prédio da 7ª Coordenadoria Regional de Ensino, o prédio dos Correios (já foi anunciada uma reforma), o solar onde o medico e poeta Jorge de Lima nasceu e a antiga “Lojas Paulista” que pertence à família Lundgren, onde está instalada a secretaria municipal de Educação.

Relacionado à preservação do acervo cultural do município, há um total desinteresse das autoridades e da própria comunidade neste sentido. Primeiro, o município que poderia ter no turismo sua maior fonte de renda, não possui um museu que lembre Ganga Zumba que lutou em território palmarino (Serra da Barriga) para libertar seu povo da escravidão; até as urnas funerárias retiradas nas escavações da serra foram transportadas (algumas) para a universidade de Illions nos Estados Unidos; se fala que os manuscritos dos livros de Jorge de Lima hoje pertencem ao acervo da Biblioteca do Pentágono, em Washington.

E assim, de golpe em golpe o prédio que abrigou a família Cardoso por dezenas de anos deixa de fazer parte do cenário de União. Em seu lugar, lojas modernas e o fluxo intenso de veículos. Em contraproposta, o enterro simbólico de mais um marco da cidade que padeceu sob o interesse econômico sem ter direito a defesa nem do próprio Patrimônio Histórico de Alagoas que se mantém eqüidistante e silencioso diante do quadro de destruição.


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