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Ela já existe no Brasil há dois anos, mas pouca gente sabe. E os seus efeitos podem fazer muito bem à saúde da mulher. Estamos falando da vacina contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que pode prevenir o aparecimento do câncer do colo do útero. Transmitido, na maior parte das vezes, por meio da relação sexual desprotegida, o vírus da doença é silencioso e o seu desenvolvimento leva à morte.
De acordo com a ginecologista Adelina Pimentel, a vacina só precisa ser tomada uma única vez. “A pessoa toma a primeira dose e a segunda só acontece em 30 dias. Após 6 meses é necessário receber a terceira e última dose. O efeito da imunização tem duração indefinida de tempo”, explicou ela.
Todavia, a vacina ainda não está disponível na rede pública de saúde. Clínicas e hospitais privados a disponibilizam e ela custa em torno de R$ 230,00. “Já existe uma discussão no Ministério da Saúde em torno desse assunto, mas, por enquanto, o SUS ainda não ventila a possibilidade de ofertá-la nos postos, o que eu considero um atraso. Como já patrocina os exames de citologia (papanicolau) e colposcopia, além das camisinhas para ambos os gêneros, o governo federal ainda não se convenceu de que também tem que custear a vacina contra o HPV.
Na minha opinião, bastava apenas levar em consideração que esse vírus provoca o câncer do útero, a segunda maior causa de morte em mulheres com câncer”, alertou a especialista.
Vacina pode ser tomada a partir dos 10 anos
Outra novidade é que a prevenção ao HPV já pode acontecer a partir dos anos de idade. E isso vale para mulheres e homens. A vacina é muito importante e as crianças com 10 anos já podem ingeri-las. Se o objetivo é prevenir o câncer do colo de útero, então, que comecemos desde cedo. Só que a indicação vale para até os 60 anos de idade. A imunização faz com que o organismo combate o vírus quando ele, por ventura, for contraído e evita que o mesmo produza o tumor pré-maligno”, esclareceu.
O HPV
Seu nome é Papiloma Vírus Humano e ele pertence a família Papilomaviridae. O desenvolvimento do HPV pode provocar lesões de pele ou mucosa. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente.
E o vírus sofre muitas mutações e, atualmente, pode se manifestar de 200 maneiras diferentes. Seus variados tipos são classificados como de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos.
A transmissão do HPV se dar por contato direto com a pele infectada. Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus. Também existem estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago.
As infecções clínicas mais comuns aparecem na região genital como verrugas ou condilomas acuminados, popularmente conhecidos como “crista de galo”. Já as lesões subclínicas não apresentam nenhum sintoma, podendo progredir para o câncer do colo do útero caso não sejam tratadas precocemente.
A melhor forma de prevenir a contaminação pelo HPV é usar o preservativo, fazer o exame papanicolau com a frequência recomendada pelo seu médico e tomar a vacina. E é imprescindível não se esquecer que, nas mulheres, o vírus gera uma preocupação a mais, já que, em 90% dos casos de câncer do colo de útero, o HPV é o responsável.