A preparação das refeições de Natal e Ano Novo requer atenção especial que vai além da escolha das receitas. Para assegurar a integridade dos alimentos consumidos pela família e convidados, é crucial seguir recomendações desde a aquisição até o armazenamento das sobras. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alerta sobre práticas comuns que podem prejudicar a saúde, como lavar carnes cruas e usar vinagre na higienização de vegetais – ações populares que, na verdade, não eliminam bactérias.
O período de validade indica o tempo durante o qual um produto permanece seguro e apto ao consumo, desde que seja armazenado de acordo com as recomendações do fabricante. Essa data é estabelecida após estudos técnicos que analisam aspectos como segurança, valor nutritivo, sabor, aroma, cor e odor. Mesmo um alimento que aparenta estar em bom estado fora do prazo de validade pode estar contaminado por fungos ou microrganismos. As embalagens dos produtos apresentam sinais importantes, como o símbolo de advertência referente aos altos níveis de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.
Essa marca, localizada na parte frontal, visa alertar o consumidor para o consumo moderado e incentivar escolhas alimentares mais equilibradas. Durante as compras, é fundamental verificar se os alimentos estão mantidos em temperaturas adequadas e em boas condições. Produtos resfriados ou congelados exigem atenção especial, pois o estabelecimento deve conservar esses itens sob temperaturas recomendadas. Além disso, a integridade das embalagens deve ser inspecionada: sinais de danos, umidade, rasgos, furos ou amassados indicam problemas.
Ao chegar em casa, armazene os alimentos seguindo as instruções do rótulo, pois temperaturas inadequadas podem favorecer a proliferação de micro-organismos nocivos. Antes de começar a cozinhar, lave as mãos cuidadosamente, várias vezes, sobretudo após atividades como atender o telefone, usar o banheiro, receber visitas ou ligar aparelhos eletrônicos. Essa higiene é essencial para evitar a contaminação dos alimentos por microrganismos que podem causar doenças.
Após a lavagem das mãos, higienize utensílios, bancadas e superfícies de trabalho com água e sabão em grande quantidade. Para desinfetar, utilize soluções de água sanitária diluídas conforme as instruções do fabricante, mantendo a área livre de insetos, roedores e outros animais.
Procure separar alimentos crus de cozidos, evitando contato direto ou troca de utensílios entre eles. Além disso, utensílios utilizados no preparo de alimentos crus devem ser limpos antes de serem usados com produtos cozidos, impedindo a transferência de micróbios. Armazene alimentos crus e cozidos em recipientes distintos e bem fechados. Frutas e verduras, por exemplo, devem ser lavadas sob água corrente para remover sujeiras visíveis.
Depois, deixe-os de molho em uma solução sanitizante aprovada pela Anvisa, enxaguando-os em seguida. Use apenas produtos regulados e indicados para alimentos, seguindo corretamente as instruções de diluição e tempo de contato. O uso de vinagre para higienizar frutas e legumes é ineficaz, pois esse ácido não possui efeito desinfetante.
Lavar carnes com água também não elimina microrganismos e pode facilitar a contaminação cruzada, ao espalhar bactérias para superfícies e utensílios. O cozimento em temperaturas adequadas é suficiente para eliminar a maioria das bactérias presentes.
Nunca descongele alimentos à temperatura ambiente. A melhor prática é deixá-los na geladeira, a temperaturas inferiores a 5°C, ou usar o micro-ondas, preparando-os imediatamente após o descongelamento. Evite deixar carnes ou pescados na bancada, pois esse procedimento favorece a multiplicação de microrganismos.
Panos de prato devem ser trocados diariamente, preferencialmente após atividades intensas na cozinha, e lavados separadamente em água quente com sabão. Não os coloque no ombro ou os deixe acumular umidade; prefira suportes específicos ou toalhas de papel para secar superfícies. O cozimento completo é essencial para garantir a segurança alimentar.
Carnes devem atingir uma mudança de cor e textura na parte interna, com sucos claros e sem tonalidade rosada, especialmente em aves e carnes bovinas, que não devem ficar cruas. Após o preparo, mantenha os alimentos quentes acima de 60°C ou frios abaixo de 5°C para evitar a proliferação de microrganismos. Procure reduzir ao máximo o intervalo entre o preparo e o consumo.
Durante a refeição, evite tosses e espirros próximos à mesa. Incentive os convidados a se servirem e a cobrir os alimentos, usando utensílios limpos para evitar contaminações. Não reutilize garfos ou outros utensílios que tenham sido levados à boca ao pegar mais comida. As sobras não devem permanecer em temperatura ambiente por mais de duas horas, especialmente em locais quentes.
Transfira-as para potes com tampas herméticas e refrigere rapidamente, o que impede a entrada de ar e umidade. Para facilitar a refrigeração, remova os ossos de carnes maiores, como peru ou pernil. Isso melhora a circulação do ar na geladeira e evita sobrecarga. As sobras podem ser consumidas em até três dias, seguindo as recomendações de temperatura abaixo de 4°C e cuidados específicos para alimentos com maionese ou ovos crus.