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Acidente
19/12/2025 18:00:00

Tribunal de Contas aponta sinais de risco na liquidação do Banco Master e exige explicações do Banco Central em 72 horas

Ministro do TCU considera possibilidade de ações cautelares contra o órgão regulador devido a irregularidades suspeitas

Tribunal de Contas aponta sinais de risco na liquidação do Banco Master e exige explicações do Banco Central em 72 horas

Na noite de quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, o Tribunal de Contas da União (TCU), por meio do ministro Jhonatan de Jesus, solicitou ao Banco Central uma resposta em até três dias úteis sobre possíveis indícios de precipitação na liquidação do Banco Master, controlado pelo empresário Daniel Vorcaro.

O despacho aponta uma série de ações do órgão regulador que podem indicar falhas na condução do processo de encerramento das atividades da instituição financeira. Segundo o documento obtido pelo portal Metrópoles, o ministro destaca a existência de sinais de que o Banco Central pode ter agido com atraso na análise e implementação de alternativas de mercado, além de possíveis atos de precipitação ao decidir pela liquidação extrajudicial do banco, em desacordo com o que determina a legislação vigente.

Jhonatan de Jesus também sugere que o órgão pode ter omitido informações relevantes, o que reforça a preocupação com a transparência e a legalidade do procedimento.

O magistrado considerou, ainda, a possibilidade de aplicar medidas cautelares contra o Banco Central, incluindo a proibição de autorizar ou realizar operações que envolvam a alienação, transferência ou desmobilização de ativos essenciais à manutenção do valor do patrimônio do Banco Master.

Ele alertou que a atuação do órgão regulador pode ter sido marcada por uma demora excessiva na condução do caso e por uma decisão precipitada de liquidar a instituição, violando o artigo 5º da Lei nº 9.447/1997, que exige a análise de alternativas menos gravosas ao sistema financeiro.

Para fundamentar sua solicitação, o ministro listou cinco pontos principais que o Banco Central deve esclarecer até o próximo prazo: a fundamentação e motivação para a liquidação extrajudicial; a avaliação de alternativas menos prejudiciais; o histórico e a linha do tempo das tratativas institucionais; possíveis divergências ou ressalvas internas que foram considerados; e a maneira adequada de fornecer ao TCU as peças que possam estar protegidas por sigilo legal.

A liquidação extrajudicial do Banco Master completou um mês nesta quinta-feira, decorrente de uma crise severa de liquidez e do agravamento da situação econômico-financeira da instituição, além de graves violações às normas que regulam as atividades das entidades do Sistema Financeiro Nacional, conforme decisão do Banco Central.

O órgão justificou a medida como necessária diante do comprometimento financeiro do banco e do risco potencial ao sistema. Este episódio levanta questionamentos sobre a condução do processo de liquidação e reforça a necessidade de maior transparência e responsabilidade por parte do Banco Central na gestão de crises no setor financeiro.