19/12/2025 17:34:12

Polícia
19/12/2025 16:00:00

Investigações da Polícia Federal apontam desvio de recursos públicos por deputados do RJ

Operação revela suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo funcionários e empresas fictícias

Investigações da Polícia Federal apontam desvio de recursos públicos por deputados do RJ

A Polícia Federal apresentou em seu relatório, que fundamentou uma operação recente, suspeitas de que os deputados Sósthenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ) tenham desviado verbas destinadas à cota parlamentar, usando-as para fins pessoais.

As investigações indicam que ambos os parlamentares desviaram recursos públicos por meio de servidores nomeados para exercer funções específicas. No documento, a PF afirmou que o esquema foi realizado com a ajuda de assessores comissionados, como Adailton Oliveira dos Santos, assessor do PL, e Itamar de Souza Santana, assessor de Jordy.

Esses desvios foram facilitados por uma empresa de fachada denominada Harue Locação de Veículos LTDAME, que atuava como intermediária. A decisão do ministro do STF, Flávio Dino, revelou que Adailton movimentou aproximadamente R$ 11,5 milhões entre créditos e débitos, concentrados principalmente entre 2023 e 2024.

Contudo, a origem e o destino de grande parte dessas transações permanecem desconhecidos, dificultando a compreensão completa do fluxo financeiro. Para o assessor Itamar, a PF identificou uma movimentação financeira de quase R$ 6 milhões, sendo R$ 5,9 milhões em créditos e dívidas.

Assim como no caso de Adailton, não foi possível determinar de onde partiam esses valores ou para onde eles foram destinados. Essas anomalias indicam que os movimentos financeiros podem estar incompatíveis com a condição econômica de Itamar, sugerindo uma investigação mais aprofundada. Além disso, a Polícia apontou que Adailton enviou aproximadamente R$ 2,8 milhões a beneficiários não identificados, classificados sob a rubrica “nome não identificado”.

Para Itamar, esse valor foi de cerca de R$ 640 mil. Segundo o relatório, indivíduos ainda não identificados fazem parte de uma organização criminosa estruturada, operando de forma coordenada e com divisão clara de tarefas. Segundo a PF, o objetivo principal seria ocultar recursos provenientes de práticas ilícitas, possivelmente configurando crime de peculato.

A investigação ainda aponta que, em momento não especificado, diversos indivíduos, incluindo servidores públicos e membros de suas famílias, estiveram envolvidos na ocultação e dissimulação de valores oriundos de atividades ilegais.

Entre os envolvidos estão Adailton Oliveira dos Santos, Daniel Alex Fortunato, Itamar de Souza Santana, Valmir de Azevedo Oliveira, além de Acivâneo de Souza Santana e Florenice de Souza Santana.

Os deputados Sósthenes Cavalcante e Carlos Jordy também estão ligados ao esquema, que visa esconder o ilícito de maneira organizada, segundo o que indicam as evidências levantadas pela corporação.