A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) celebra em 2025 o aniversário de sete décadas do seu curso de Pedagogia, um marco que evidencia a influência da instituição na formação de profissionais da área educacional e na transformação social da região.
Desde sua origem, o programa tem sido fundamental na estruturação da educação pública, contribuindo para o avanço da sociedade, o fortalecimento da formação docente e a expansão do acesso ao ensino. Fundado oficialmente em 1955, o curso de Pedagogia nasceu com o propósito de atender à demanda por professores qualificados no estado de Alagoas, emergindo da antiga Faculdade de Filosofia de Alagoas, criada no início da década de 1950 por iniciativa do educator e padre Teófanes Augusto de Araújo Barros.
Este momento marcou a primeira oportunidade de formação superior para educadores alagoanos, inaugurando uma trajetória de inovação e crescimento. Naquela época, a antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, responsável por formar os primeiros bacharéis em Letras, História, Geografia e Filosofia no estado, passou a diplomar também profissionais voltados à educação. Em 1961, essa entidade tornou-se uma das unidades fundadoras da Universidade de Alagoas, que posteriormente foi federalizada e passou a se chamar Universidade Federal de Alagoas.
Nos anos iniciais, a graduação em Pedagogia permaneceu vinculada à Faculdade de Filosofia, formando tanto professores de educação básica quanto profissionais para atuar na educação secundária, além de preparar docentes sem habilitação superior durante um período de intensa expansão escolar no Brasil. Com a reforma universitária de 1968, a formação de educadores foi reorganizada na nova Faculdade de Educação, estruturada na abordagem do esquema “3 + 1”, e passou a oferecer habilitações específicas em áreas como Supervisão Escolar, Orientação Educacional, Gestão Escolar e Inspeção.
Durante a década de 1970, o modelo de especializações foi consolidado, moldando também o processo de ingresso, que passou a ser realizado por área de interesse. Nesse período, foi criada a habilitação de Magistério para cursos de Ensino Fundamental de 2° Grau, embora com baixa adesão. Além disso, a atuação de especialistas em educação passou a ser destaque na formulação de políticas públicas, ampliando a presença de pedagogos nas redes escolares do estado. Na mesma década, mudanças institucionais resultaram na criação de departamentos e colegiados, transformando a antiga Faculdade de Educação no Departamento de Educação, integrado ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA).
Nos anos seguintes, a demanda por formação de professores e o desenvolvimento de ações acadêmicas impulsionaram a criação do Centro de Educação (Cedu), que desde então mantém a liderança na formação docente na região e influencia as políticas educacionais de Alagoas. Segundo Jordânia Souza, vice-diretora do Cedu, “O curso de Pedagogia é a base do nosso centro, pois a sua existência é fundamental para o funcionamento do Cedu, que atende também a outros cursos. Nosso empenho é de que a celebração de 70 anos seja marcada por uma grande homenagem que reunirá ex-professores aposentados, atuais docentes, estudantes e ex-alunos, reforçando o papel do curso na trajetória da universidade.”
O percurso do programa remonta ao período anterior à fundação do Campus A.C. Simões, tendo como origem a antiga Faculdade de Filosofia de Alagoas, no início dos anos 1950, idealizada pelo padre Teófanes Augusto de Araújo Barros. A partir de 1955, com a autorização oficial, foram criados os cursos de Pedagogia e Didática, oficializando a educação superior para profissionais da área no estado. Naquele contexto, a instituição assumiu também a formação de licenciados em Letras, História, Geografia e Filosofia. Em 1961, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras integrou a Universidade de Alagoas, que ao se tornar uma instituição federal, recebeu o nome de Universidade Federal de Alagoas.
Nos primeiros anos sob o rótulo de Ufal, a graduação em Pedagogia atuou tanto na formação de professores quanto na preparação de licenciados para o nível médio. Durante esse período, o curso também atendia a profissionais que atuavam na educação sem formação superior, refletindo a ampliação do sistema educacional no país. A reforma universitária de 1968 promoveu uma reorganização no setor de educação, estabelecendo a Faculdade de Educação, que passou a oferecer habilitações específicas sob o esquema de “3 + 1” e a adotar diferentes áreas de especialização, como Supervisão, Orientação e Gestão Escolar. Na década seguinte, o sistema de habilitações foi consolidado, determinando também a entrada de estudantes por área de interesse.
Assim, o curso de Pedagogia consolidou-se como a principal porta de entrada para diversas carreiras na formação de professores, com a inclusão de uma habilitação de Magistério para o Ensino Fundamental de 2° Grau, mesmo que com pouca adesão. A atuação de pedagogos na elaboração de políticas públicas e sua presença ativa nas redes de ensino fortaleceram sua importância na sociedade. A expansão do curso também levou à criação de centros de ensino na Ufal, transformados em departamentos, e posteriormente, à formação do Centro de Educação (Cedu), que hoje se destaca como uma referência regional na formação de professores e na elaboração de políticas educacionais.
As mudanças ao longo das décadas, especialmente após a redemocratização, permitiram que a Pedagogia deixasse de ser uma formação restrita à docência e passasse a incluir uma formação ampla, crítica e socialmente engajada. Em 1998, o curso inovou ao oferecer uma modalidade a distância, inicialmente através do Programa de Assessoria Técnica aos Municípios Alagoanos (Promual), voltado a professores sem diploma universitário.
Em 2002, a Ufal foi credenciada pelo Ministério da Educação para oferecer cursos na modalidade EaD, expandindo o acesso ao ensino superior e fortalecendo a relação da universidade com municípios mais distantes de Maceió, como destacou o coordenador do curso, professor Eraldo Ferraz, que recorda a importância pioneira da iniciativa.
Hoje, o programa é responsável por atender a uma ampla rede de municípios, garantindo o desenvolvimento de profissionais de educação em diferentes regiões do estado. Além disso, o crescimento da universidade impulsionou o curso de Pedagogia a atuar também como base para diversas licenciaturas e projetos de formação, atendendo a uma grande quantidade de estudantes, com três turnos de aulas e uma estrutura que inclui salas, laboratórios, biblioteca com computadores acessíveis e uma brinquedoteca que serve de espaço para futuras ações de apoio às mães acadêmicas.
O curso de Pedagogia na Ufal é atualmente o maior da instituição, oferecendo 240 vagas no processo seletivo Sisu 2026.1, distribuídas em todos os turnos, para o campus A.C. Simões. Para o segundo semestre, há mais 90 vagas distribuídas entre os campi de Arapiraca, com 40, e do Sertão, com 50.
Além disso, o programa destaca-se pelo seu elevado número de estudantes com deficiência (PcD), contando com um Núcleo de Acessibilidade, coordenado pela professora Janayna de Souza, que oferece suporte a alunos como José Antônio da Silva Filho, PcD visual, que compartilhou sua experiência de superação e esperança na educação. José Antônio, que sofreu um acidente na infância, foi alfabetizado pela Educação de Jovens e Adultos e, ao realizar o Enem em 2023, conseguiu uma boa nota e expressou grande satisfação com o curso.
“Superei minhas expectativas, apesar das dificuldades, e desejo um dia atuar na área da educação especial”, afirmou. O curso também é uma alternativa de segunda formação para muitos estudantes, como Maya Rodrigues, que, formada em Publicidade e Propaganda, busca ampliar suas possibilidades profissionais por meio da Pedagogia. Hoje, Maya participa do projeto “Mar à Vista”, vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas e de Saúde (ICBS), onde aplica seus conhecimentos na elaboração de materiais educativos e ações sociais.
Ela destaca o impacto do curso na sua trajetória: “O aprendizado no curso me permitiu conhecer o Sertão alagoano, uma experiência incrível. Em 70 anos, a educação brasileira passou por muitas mudanças, e espero que continue evoluindo, formando profissionais comprometidos com melhorias na área.”