Poucas horas após a detenção cautelar do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal na manhã de sábado (22/11), o episódio rapidamente conquistou destaque na mídia mundial.
A prisão ocorreu em Brasília, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal na capital federal, onde permanece sob custódia especial. Segundo informações, a medida de prisão preventiva foi tomada devido ao risco evidente de fuga, identificado após o senador Flávio Bolsonaro convocar uma vigília de apoio próximo à residência do ex-presidente, que cumpria prisão domiciliar.
Além disso, relatos indicam que na madrugada do sábado, o sistema de monitoramento eletrônico flagrou uma tentativa de violação na tornozeleira de Bolsonaro, reforçando a hipótese de fuga iminente. A reportagem do jornal britânico The Guardian enfatiza que a prisão não implica que Bolsonaro permanecerá na sede policial para cumprir pena, pois a legislação brasileira exige início de condenações em unidades penitenciárias.
A publicação também assinala que apoiadores de Bolsonaro planejavam uma vigília para a noite, convocada pelo próprio senador Flávio Bolsonaro, por meio de vídeos nas redes sociais. A imprensa internacional tem tratado o caso com destaque.
O jornal americano The Washington Post observou que Moraes, ao contrário de sua rotina, tomou a decisão aos sábados devido a riscos de segurança. Além do mais, o periódico relembrou que Bolsonaro foi condenado em setembro a 27 anos e três meses de reclusão por tentativa de golpe contra a posse de Lula em 2022, embora ainda não tenha sido oficialmente preso por esses crimes, que aguardam recursos judiciais.
O site argentino Clarín destacou a denúncia de violação da tornozeleira eletrônica, supostamente tentada por Bolsonaro na noite de sábado, conforme informações do sistema de monitoramento. A decisão do STF também aponta que a tentativa de romper o dispositivo foi motivada por uma intenção de fuga, facilitada pela confusão gerada pela manifestação apoiada por Flávio Bolsonaro.
O jornal La Nación, da Argentina, abordou os problemas de saúde enfrentados por Bolsonaro, que sofre sequelas da facada ocorrida em 2018, e as solicitações de seus advogados para que ele cumpra a pena em regime domiciliar por motivos humanitários. A equipe de defesa detalhou várias cirurgias, a última realizada em abril, relacionadas ao incidente. Na Espanha, o portal El País publicou uma matéria intitulada 'Polícia prende ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro após meses em prisão domiciliar'.
A reportagem informa que Bolsonaro estava em regime de prisão domiciliar desde sua condenação em setembro, decorrente de uma tentativa de golpe de Estado em 2022, e que a sentença de 27 anos foi proferida pelo STF após sua derrota nas eleições presidenciais para Lula.
A emissora americana CBS News também divulgou a notícia, acrescentando que Bolsonaro mantém laços com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou sua própria perseguição judicial como uma 'caça às bruxas'.
A CBS relembrou ainda que Bolsonaro foi mencionado em uma ordem executiva de julho do administração Trump, que elevou em 50% tarifas de exportação brasileiras, uma medida que foi parcialmente revertida na sexta-feira por Trump.
Por fim, o jornal israelense The Times of Israel destacou que Bolsonaro foi detido dias antes de iniciar uma pena de 27 anos de prisão, reforçando o impacto internacional do episódio na cena política brasileira.