22/11/2025 18:17:56

Atualidade
15/11/2025 22:00:00

Washington anuncia exercícios militares na ilha caribenha de Trinidad e Tobago

Iniciativa ocorre em meio ao aumento das tensões com Caracas e após envio de navios de guerra dos EUA à região

Washington anuncia exercícios militares na ilha caribenha de Trinidad e Tobago

Os Estados Unidos informaram a realização de uma série de manobras militares em Trinidad e Tobago ao longo de cinco dias, com início previsto para o próximo domingo (16), conforme anúncio feito pelo governo do país do Caribe.

Esta decisão vem após o envio, no mês anterior, de um destróier equipado com mísseis guiados, destinado a treinamentos na nação, uma ação que foi denunciada pela Venezuela como uma 'provocação militar'.

Na última quinta-feira (13), o procurador-geral de Trinidad e Tobago declarou ao jornal Financial Times que o país estaria se preparando para intensificar as operações militares na ilha, localizada a poucos quilômetros da costa venezuelana.

Em resposta às movimentações, o governo venezuelano mobilizou extensamente suas forças armadas, armamentos e equipamentos no Caribe, elevando o clima de apreensão na região e gerando preocupações de um possível conflito de grande escala entre Washington e Caracas.

Embora os EUA justifiquem a presença adicional de tropas na área como uma estratégia para combater o tráfico de drogas, especialistas duvidam da necessidade de uma força tão robusta, destacando que a presença do porta-aviões USS Gerald R. Ford, a maior já enviada na região desde a invasão do Panamá em 1989, reforça a sensação de escalada militar.

Nesta semana, o ministro de Relações Exteriores de Trinidad e Tobago, Sean Sobers, afirmou que os exercícios não representam uma preparação para uma intervenção militar contra o país, especialmente na Venezuela, esclarecendo que a iniciativa visa promover o intercâmbio tático e técnico entre as forças americanas e venezuelanas. As tropas americanas também treinarão para lidar com o crime organizado e a violência de gangues na região.

Nos últimos meses, a presença naval dos Estados Unidos no Caribe aumentou substancialmente, com o envio de várias embarcações de guerra, incluindo o impressionante porta-aviões USS Gerald R. Ford. Como reação, a Venezuela respondeu com uma ampla mobilização de suas tropas e recursos militares na área, alimentando o temor de um confronto em larga escala.

Embora os EUA tenham declarado que a operação visa combater embarcações de narcotráfico, há questionamentos sobre a real necessidade de um poder militar tão expressivo para essa finalidade. A magnitude da presença militar americana na região não é vista desde a intervenção no Panamá, há mais de três décadas.

O presidente Donald Trump manifestou sua esperança de que o mandato de Nicolás Maduro esteja chegando ao fim, inclusive considerando a possibilidade de ações terrestres contra a Venezuela, embora ainda sem decisão definitiva. Informações da CNN indicam que, nesta semana, Trump recebeu alternativas de operações militares na Venezuela, mas mantém reservas sobre a execução de uma intervenção direta para depor Maduro.

Maduro, por sua vez, pediu aos Estados Unidos que evitem o conflito e enviou uma mensagem de paz ao presidente Trump, resumida por ele como um apelo por tranquilidade: 'Sim à paz, sim à paz'.