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Brasil
12/11/2025 22:00:00

Operações no Amazonas resultam na maior quantidade de drogas apreendidas na história do estado em 2025

Ações de inteligência e patrulhamento fluvial impulsionam combate ao narcotráfico, que soma mais de 36 toneladas até agora

Operações no Amazonas resultam na maior quantidade de drogas apreendidas na história do estado em 2025

No atual cenário de 2025, o Amazonas já confiscou mais de 36 toneladas de drogas, um volume que se aproxima do recorde de 43,2 toneladas de todo o ano de 2024, demonstrando uma ofensiva crescente contra o crime organizado na região.

As forças de segurança vêm intensificando suas operações, especialmente nos rios, aproveitando ações de inteligência que têm permitido interceptar grandes carregamentos e desmantelar redes de distribuição. No início de novembro, por exemplo, policiais conseguiram tirar das mãos do tráfico 1,3 tonelada de entorpecentes em operações realizadas tanto na zona urbana quanto no interior.

Uma das apreensões mais expressivas ocorreu nas proximidades de Codajás, onde foram confiscados 700 quilos de drogas, reforçando o foco no patrulhamento dos rios — principais rotas de entrada de drogas de países produtores da América do Sul. Além disso, uma operação de inteligência na Zona Norte de Manaus resultou na apreensão de 600 quilos de drogas, incluindo substâncias como maconha e cocaína. Desde o início do ano, foram retiradas mais de 36 toneladas de substâncias ilícitas, além de mil e cinquenta e três armas de fogo e quase nove mil munições, causando um impacto financeiro significativo às organizações criminosas.

O combate ao tráfico no Amazonas também envolve ações de desestruturação do núcleo de comando das facções. Recentemente, a Polícia Federal prendeu advogados que atuavam como apoio logístico e mensageiros, atingindo o centro de poder das organizações. Essa estratégia visa atingir não apenas o transporte das drogas, mas também desarticular toda a estrutura de apoio e comunicação dos criminosos.

Com uma combinação de patrulhamento ostensivo nos rios e operações de inteligência que buscam enfraquecer o núcleo das facções, as forças de segurança demonstram que a luta contra o narcotráfico na região é de caráter preventivo e de ataque. A tendência indica que, faltando apenas 6,7 toneladas para alcançar o total de apreensões de 2024, 2025 deverá bater o novo recorde histórico, consolidando a ofensiva do estado contra o crime organizado.

No cenário nacional, o Amazonas figura na terceira posição em apreensões de drogas em 2025, ficando atrás de Mato Grosso do Sul e Paraná. Este último destacou-se por apreender mais de 383 mil quilos de maconha somente no último ano, enquanto o Amazonas registrou 24,8 toneladas nos primeiros seis meses — seu maior volume em uma década, incluindo 20,3 toneladas de maconha tipo skunk e 4,5 toneladas de cocaína. Além disso, o estado liderou o ranking de incineração de drogas na Operação Narke 4, destruindo 40 toneladas de entorpecentes ao longo do ano.

Comparado aos anos anteriores, o desempenho de 2025 representa uma evolução significativa. Em 2024, as apreensões totalizaram cerca de 21 toneladas, e, em 2023, o estado figurava em posições intermediárias, com números inferiores. A escalada de apreensões mostra que o Amazonas vem se consolidando como um dos principais polos de combate ao tráfico, graças ao fortalecimento das operações fluviais e ao aumento da cooperação entre as forças policiais.

O coronel Klinger Paiva, comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, destacou em entrevista ao jornal A Crítica que o maior desafio operacional é a vasta extensão territorial do estado, que facilita o transporte de drogas por vias terrestres, marítimas e aéreas. Ele ressaltou que operações em rios, com patrulhas de até uma semana, já resultaram na interceptação de cargas expressivas, apoiadas por informações de inteligência da PMAM e da Polícia Federal, especialmente por meio da FICCO.

Paiva também comentou sobre a rotineira presença de rotas de tráfico nas fronteiras com países produtores, além de pontos de armazenamento de drogas em municípios do interior. Ele revelou que, em setembro, agentes de Santa Isabel do Rio Negro interceptaram uma carga de 1,4 tonelada de drogas que trafegava pela região.

Segundo o comandante, os criminosos vêm demonstrando maior resistência às operações, trocando tiros e usando armamentos pesados, incluindo fuzis e metralhadoras de guerra, como uma metralhadora calibre 50. Em junho, uma apreensão recorde de 6,5 toneladas de drogas foi efetuada nas proximidades de Manacapuru, junto com nove armas de fogo, reforçando o aumento na violência dos confrontos.

Paiva reforçou que o Estado tem investido em armamentos modernos, como lanchas blindadas, para fortalecer a luta contra o tráfico. Essas ações, aliadas ao trabalho de inteligência, vêm aprimorando o combate ao narcotráfico em uma região considerada estratégica na fronteira com países produtores. Apesar da resistência crescente, o esforço é contínuo para desmantelar as organizações criminosas e impedir o fluxo de drogas.

Questionado sobre o uso de tecnologias avançadas por criminosos, o coronel afirmou que, até o momento, não há indícios de recursos de alta tecnologia empregados pelo tráfico. As estratégias de transporte continuam variando, com exemplos recentes de drogas camufladas em sacas de café e detectadas por raio-X em aeroportos, evidenciando a adaptação constante dos criminosos às ações policiais.

Ao consolidar uma série de operações bem-sucedidas, o Amazonas emerge em 2025 como líder nacional no combate ao tráfico de drogas, combinando patrulhas ribeirinhas, inteligência policial e ações de desmantelamento estrutural. Este ano promete ser o recorde de maiores apreensões, reforçando a estratégia de guerra preventiva contra o crime organizado na região amazônica.